"Há cidades que são obras da Natureza, como o Rio.
Há outras, que são obras do Homem como São Paulo.
Mas raras são obras de Arte, como Brasilia".

José Bassul
*cardápio Bar Brasilia


Brasilia é um lugar apaixonante. Acho que o fato de ter sido planejada e construida no meio do nada, de ser fruto de um sonho, de uma aventura, a transforma em história viva. Mas como nem só de história vive o homem, o seu povo adora uma badalação.


Sou uma aficionada por barzinhos e restaurantes – gosto de curtir um papo com os amigos, tomar um refrigerante (sim, eu não bebo), beliscar um petisco e ver o movimento... Logo, em Brasília, como nos demais lugares, fomos atrás de informações sobre os melhores pontos de encontro da cidade.  Comento alguns, aqueles que indico com tranquilidade.

O primeiro e mais tradicional é o Bar Brasília. Famoso por seu chopp gelado foi inaugurado há uma década, mas com estilo de boteco carioca dos anos 50, parece bem mais antigo. É o point da boemia. Inteiramente decorado com peças de antiquário, que remetem ao charme dos anos 20 aos 50, está com suas mesas sempre lotadas. Logo na entrada você encontra o Ribamar, a estátua do garçom sorridente e acolhedor – paradinha obrigatória para um registro fotográfico.

Sempre quando viajo procuro conhecer os hábitos dos locais e seu regionalismo. Gosto de andar pelo Centro da cidade, de conhecer o Mercado Público, entrar em Supermercados e, especialmente, procurar restaurantes de comida regional. Gosto de sentir os temperos, os aromas da terra. Se for um local com decoração típica, melhor ainda.
Em Maceió não seria diferente.  Já na chegada dei uma olhada pelo balcão e arredores da recepção do hotel a procura de propaganda, mas não localizei nada – ao perguntar, uma única resposta: Bodega do Sertão.
 
 
 
O restaurante fica na Jatiúca, há algumas quadras de onde estávamos hospedadas (Ponta Verde – Maceió Mar Hotel). Preferimos não arriscar (o sol estava queimando) e fomos de táxi – na volta, já muito bem alimentadas, resolvemos gastar algumas calorias das muitas adquiridas numa caminhadinha sem compromisso. Fica a duas quadras da orla, mas bem localizado. Já na chegada fomos surpreendidas por uma estrutura bastante regionalizada e acolhedora.
 
 
O Bodega do Sertão é uma instalação simples, mas pitoresca. Além da rusticidade, uma das construções é um bule gigante e colorido. Terei de usar uma foto do site, pois a minha não está lá essas coisas.


A capital alagoana é um daqueles destinos onde melhor se percebe a divisão entre o turístico e o local, entre a riqueza de uma orla turística de belezas naturais indiscutíveis e a simplicidade de uma classe menos favorecida, residindo em ruas de chão batido e em casas de taipa (sim, se vê isso em Maceió). Mas conviver com as diferenças e conhecer um pouco dos lugares visitados, além dos pontos turísticos, é que efetivamente somam na bagagem de um turista, que leva as experiências, todas elas, para a vida.

A Maceió turística, sua orla, é de uma beleza estonteante. As cores de seu mar, variando em tons de um verde esmeralda a um azul profundo, os coqueiros a beira-mar e as jangadas coloridas fazem um retrato perfeito da zona turística da cidade. Os destinos mais procurados se concentram entre as praias da Jatiúca e da Pajuçara, onde estão os hotéis mais procurados e o pólo gastronômico. Em tal percurso temos a praia de Ponta Verde, considerada uma das praias mais fotogênicas do Estado, uma enseada de coqueiral perfilado.

Como se diz? “Casa de ferreiro, espeto de pau”? O ditado por vezes é muito verdadeiro. Percebo isso ao verificar que deixamos de visitar lugares tão importantes e que se encontram tão próximos de nossas casas!

São Miguel das Missões é um desses casos em minha vida. Localidade histórica, visitada por milhares de pessoas todos os anos e onde somente fomos em fevereiro/2012. Pode? Mal sabíamos o que estávamos perdendo. Foi emocionante.

O sitio arqueológico de São Miguel Arcanjo é um conjunto de ruínas, integrante dos Sete Povos das Missões e um dos maiores expoentes do período das Missões Jesuíticas dos Guaranis, que dista 483km de Porto Alegre, no noroeste do Estado. Foi declarado Patrimônio Histórico e Cultural da Humanidade pela UNESCO em 1983. Hoje o sítio arqueológico faz parte do roteiro internacional Iguassu-Missões.


As Missões Jesuíticas Guaranis eram destinadas a divulgar o cristianismo entre os nativos indígenas, pela Companhia de Jesus. A construção edificada no século XVIII reuniu centenas de pessoas, entre indígenas e jesuítas. Aquelas terras à época pertenciam à Espanha, em vista das disposições do Tratado de Tordesilhas. Mas em 1750, pelo Tratado de Madrid, ficou determinado de que os habitantes daqueles povoados deveriam abandonar os Sete Povos das Missões e migrar para áreas a partir de então espanholas. Á área dos Sete Povos das Missões pelo Tratado de Madrid foi destinada a Portugal, em troca da Colônia de Sacramento.

Brasilia tem o charme de seus restaurantes – especialmente os baseados na culinária mineira.
Sempre que viajo dou preferência pela culinária local, me aventuro. Não esperem me ver nas churrascarias... Logo, parti em busca de lugares charmosos, que me foram apresentados pela minha acompanhante, que já conhecia a cidade. Alguns outros locais conhecemos juntas. Destaco três estabelecimentos, entre os visitados: Feitiço Mineiro, Esquina Mineira e Don’ Durica.
O desenho da cidade, a forma como foram distribuidas as áreas residenciais e comerciais, são uma supresa a cada esquina. Uma das consequências dessa organização, somado ao fato de que de certa forma todo mundo é um pouco turista naquela terra (uma cidade adolescente, com apenas 52 anos), é que em nenhuma oportunidade me vi num restaurante turistico, pois todos são muito frequentados pelos locais. A interação é total. Mas Brasilia é uma cidade para ser curtida de carro, não conte com o transporte público e muito menos se aventure a pé, pois as distâncias são absurdas – e, juntamente com o aluguel do veiculo, tenha em mãos um GPS (ele lhe dará liberdade).

Uma de nossas andanças por Brasília coincidiu com as Festas Juninas. Como sou louca por Festa Junina, fui ao Google e pesquisei o que estaria acontecendo na cidade. Para minha surpresa, pipocavam informações acerca de uma Festa Junina no Clube Nipo – Clube Japonês de Brasília.  Como não tínhamos programado nada para aquela noite, pretendíamos apenas perambular em busca de um programa legal, resolvemos dar uma passadinha no clube.
Munidas de um GPS, lançamos o endereço e fomos a  busca do Clube Japonês, mas o mesmo nos guiava ao setor de clubes que se encontrava numa penumbra absoluta.  Após algumas tentativas, acabamos desistindo de encontrar o endereço (única vez que tivemos dificuldades em encontrar um endereço na cidade, que é razoavelmente bem sinalizada). Rodamos mais um pouco e nos deparamos com uma movimentação anormal de carros e pessoas – estávamos nas imediações da Festa Junina Nipônica.


Nada como uma passadela em Rivera para umas comprinhas...
Das cidades fronteiriças que conheço, tenho predileção por Rivera, porque além das compras podemos curtir um clima portenho. São inúmeros Free Shops, além de uma infinidade de pequenas lojas de eletrônicos, bebidas, roupas, cosméticos e perfumaria. É um pequeno paraíso de compras, a dois passinhos do Brasil.


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