A pequena ilhota conhecida como Praia da Coroa do Avião se encontra no litoral norte de Pernambuco e possui muita história e muitas belezas. Um montinho de areia que pode ser acessado a pé em dias de maré baixa - via Praia de Mangue Seco, mas regra geral necessita de transporte aquático. Há barqueiros e jangadeiros que fazem o transporte. É banhada por águas tons de esmeralda, às vezes azuis, mornas, rasas e com dezenas de piscinas naturais. O que mais precisaria para atrair multidões? Alguns quiosques e muito sol. 


Integrante do município de Igarassu, na verdade se encontra na divisa desse com Itamaracá. Por essa razão em alguns momentos vemos o nome vinculado a um, em outros momentos a outro município. Igarassu é aquela cidadezinha colonial, com um centro histórico razoavelmente preservado e que conta com a igreja tida como a mais antiga do Brasil em atividade - Igreja de São Cosme e Damião. Já Itamaracá conta com o simpático Forte Orange. Então, ir para a Coroa do Avião é a oportunidade perfeita de se conhecer ambas cidades - no nosso caso fomos por Igarassu e retornamos por Itamaracá. 

E o nome? Ah, aqui já vai a primeira de muitas histórias e lendas do local. Inicialmente a pequena ilhota era chamada de Crôa, que significa banco de areias brancas e finas. Em vista da similitude sonora e da simplicidade de seus moradores, passou a ser chamada de Praia da Coroa. Na década de 50, após a queda de um avião da FAB,  ganhou a designação atual de Praia da Coroa do Avião. 

Um ancoradouro recebe as embarcações que trazem os turistas e frequentadores habituais - há um fluxo bastante intenso e regular de embarcações. Já nas areias, os visitantes encontrarão uma série de quiosques prontos para servirem os pratos típicos da região: muito peixe assado e, especialmente, ostras frescas. 


Para banho e esportes náuticos - principalmente caiaque e jet-sky, são utilizadas as faces Sul e Norte da ilhota. Mas há áreas mais sossegadas, onde se pode curtir aquelas águas calmas e muito quentes no sossego, por horas. 

Ao contrário de outras praias movimentadas, na Coroa não há apresentações musicais ou música eletrônica, apenas a algazarra dos visitantes, pois é uma área de Preservação Ambiental e de Estudos Costeiros, especialmente acerca da migração da ave Maçarico. É um lugar para o contato sustentável do homem com a natureza, sem impedimento a exploração comercial. 

Antes e depois de curtir o Sol e as Águas dessa bela praia, nada melhor do que aproveitar as ruas das cidades que a cercam, conhecer um pouco da história da região, tão rica em detalhes da época do Brasil Colônia - daqueles momentos em que a história deixa os livros e se mostra nas pedras que calçam as ruas e em belos prédios históricos. Como disse, minhas andanças começaram por Igarassú. 


O nome da cidade já remeteria a época do Descobrimento, eis que significa Canoa Grande e teria sido assim chamada pelos índios após avistarem os barcos portugueses que exploravam a região. Lenda? Como saber, é história que se faz a partir das estórias que se contam! Habitada na origem por índios Tupis Caetés, foi fundada e urbanizada por Portugueses, sendo posteriormente palco de batalhas com os Holandeses, que tomaram a cidade vizinha. Dentro da tradição católica do povo português, ao fundarem a pequena vila erigiram a Igreja, em homenagem aos Santos Cosme e Damião - e ela está lá, aberta a curiosidade e a fé de quem visita a cidade. A Igreja, anexa ao Convento do Sagrado Coração de Jesus, é tida como a mais antiga em atividade no Brasil. 



No retorno da Praia demos uma paradinha para conhecer o Forte Orange e a sede do Projeto do Peixe-Boi. Foi um final de dia especial. A Fortaleza de Santa Cruz de Itamaracá foi construída pelos holandeses e serviu de base para a invasão de Pernambuco. Na região travaram-se batalhas, especialmente contra a vila de Igarassú, que jamais sucumbiu, sendo esse um dos milagres atribuídos aos Santos Cosme e Damião. A fortificação pode ser visitada mediante o pagamento de uma taxa simbólica, mas não há guias oficiais. Aproveitamos um menino local que se disponibilizou, como é de praxe nas cidades na região, e fomos por ele guiados - ele nos contou a história do local, fez lá suas gracinhas, ensinou a fotografar. Aproveite o trabalho dos meninos, simpáticos e prestativos, mas não esqueça de ao final remunerá-los de acordo - o valor quem determina é você. As instalações são simples, há apenas uma capela, um pequeno museu com peças provenientes de escavações na área e uma loja de artesanato mantida pelos artesões locais. Mas a beleza do local está em seus muros, na sua história e muito na vista que proporciona aos turistas, local para belas imagens. Curtir o cair do sol naquelas águas é maravilhoso, mas não esperamos pelo final do espetáculo porque queríamos acessar o Projeto do Peixe-Boi. 



O projeto visa, através da educação e de projetos sociais, a implementação de renda dos ribeirinhos e a preservação do peixe-boi. A parceria de pesquisadores e população local permite a preservação da espécie, afastando o risco de extinção pela pesca predatória. Os animais podem ser observados em tanques de vidro, causando espanto especial na criançada. Na área interna do projeto há exposições, pequeno cinema para projeção de videos acerca da espécie e do desenvolvimento do projeto, entre outros. Na área externa, muitos Micos fazem a alegria dos visitantes em meio as áreas de vegetação preservada.




Como estávamos hospedadas em Recife, as visitas as duas cidades e a praia se deram ao longo de um dia, no sistema bate-e-volta. Mas foi suficiente, deu para aproveitarmos todos os aspectos que a região oferece. Entretanto, se você deseja conhecer mais a fundo o projeto de preservação da memória fundado há 60 anos em Igarassú e curtir as muitas praias, será necessário um período de hospedagem na região. 


A cada dois anos Porto Alegre é invadida pelas obras da Bienal do Mercosul, que nesse 2013 apresenta sua 9ª edição. O evento internacional é o que temos de mais contemporâneo em artes visuais, de inovador, de instigante. 

Na Capital dos gaúchos, entretanto, ganha muitos sentidos. Diferente do que se observa em outras mostras de arte contemporânea, como na Bienal de São Paulo, aqui as obras ganham as ruas, as praças e, especialmente, os prédios históricos - algumas obras tem ficado como presente para a cidade ao longo dos anos e podem ser vistas pelas ruas, pelos cruzamentos. Não há um edifício sede, um local destinado a sediá-la em todas as suas edições. A intenção é que ganhe a cidade, que atraia o público para aquilo que é permanente na cidade. E dessa forma acaba por mesclar o contemporâneo, o ultra moderno, com aquilo que cultivamos como nossos bens mais tradicionais e queridos, nossos prédios do Centro Histórico. 


Ontem foi o dia de curtir os caminhos da Bienal na Praça da Alfândega - local tradicional onde anualmente se realiza a Feira do Livro. Aliás, já estão sendo montados os stands da Feira, que invadirá a Praça e por alguns dias cruzará com a Bienal, um evento chegando e outro partindo, em meses de forte atividade cultural por essas bandas. 



Quem me conhece deve estar se perguntando: o que essa guria foi fazer na Bienal? Não se pode viver só o que nos agrada sem darmos chances ao novo, não é mesmo? Eu tento, mas não é minha praia, definitivamente. Mas curti o clima, tentei permitir que aquelas obras me mostrassem sentidos, mas minha curtição foi outra, mesmo. 

O especial na linda tarde de domingo, de céu muito azul e Jacarandás floridos na Praça, foi rever prédios históricos que fazem parte da minha vida, da minha história. Ao cometer a loucura de me tornar Decoradora de Interiores, enfrentei anos de estudos de história da arte, com infinitas visitas de análise aos prédios históricos que nesse ano abrem suas portas ao contemporâneo. E foi emocionante revisitá-los e os perceber rejuvenescidos pela algazarra de um público eclético e diferenciado. 




Os anos passam e paixões vão florescendo, se arraigando, a partir de novos olhares. Assim tem sido minha relação com a fotografia, a cada dia mais apaixonante, mais madura. E, em algumas oportunidades, por ela me movo, me encanto, me enterneço. Com esse olhar apaixonado cheguei na exposição Gênesis, de Sebastião Salgado. 


Uma exposição sem cores, sem distrações, a realidade de cada um dos lugares visitados crua, nua. Em preto, branco e sombras.


Dividida em três espaços, sendo o primeiro ao ar livre, permitindo que as luzes do dia interfiram no resultado da obra. Os demais espaços com propostas que dividem o conjunto por assuntos. Não houve necessidade de divisões, encarei cada imagem como única, com seu sentido de acordo com meu olhar.


Para mim uma exposição do olhar sobre os olhares. Explico: meu encantamento recaiu imediatamente, ainda nas primeiras imagens na área externa, sobre os olhares, profundos, singelos, fortes. O olhar direto, que desnuda seu interior, que lhe é simples, provocativo, único. Passei pelas paisagens, mas sem o mesmo encanto. 


Roma é uma cidade surpreendente, com tantos contrastes, tantas belezas para serem vistas, vividas e sonhadas - sim, um ótimo lugar para sentar, olhar o entorno, acompanhar o movimento ou sonhar apenas. Todos se referem aos monumentos históricos, a religiosidade e tudo o que a cerca, as belezas artísticas espalhadas por todos seus vértices. E quando se fala em alimentação? Pizza e Pastas, não é mesmo? Mas sou da turma que prefere um doce, afinal eles possuem o poder especial de adoçar as lembranças.


Por Roma perambulamos, andamos e andamos - nunca imaginei que usaria tão pouco os meios de transporte. Caminhávamos por horas, sem pressa. As horas se mostraram infinitas naqueles dias. E para rápidos momentos de descanso, uma paradinha para adoçar os caminhos e refrescar a vida. Assim, a medida que conhecíamos os bairros e as esquinas da bela cidade, íamos parando para um gelato, para um refresco ou, e especialmente, para um tiramisù. Pois bem, andamos, andamos e andamos e nossas preferências estavam sempre pertinho de nosso destino, nas proximidades da Piazza di Spagna, onde estávamos hospedadas. E eu adoro quando minhas preferências recaem sobre lugares que estão na vizinhança, pois posso curtir até o último momento! 

Os gelatos!! Claro que para poder escolher um preferido tivemos que experimentar, pois esse é o melhor método que conheço: o "comparativo". Chegamos no inicio de uma agradável noite, moídas e sem termos almoçado - queria dar uma espiadela nas redondezas, de preferência onde meus olhos alcançassem sem a ajuda de minhas pernas, além de fazer uma rápida refeição antes de experimentar a qualidade da cama do hotel. Mas minha companheira, ao contrário, estava serelepe e cheia de vontades, louca para provar as delicias da terra de seus antepassados. Logo, depois do jantar, ela já foi olhando no entorno a procura de um gelato e não parou mais de falar dele, da consistência, do sabor, do perfume. E eu, que passei a vez, tive que ouvi-la tecer elogios até o dia seguinte! 

E os dias seguintes foram de andanças e gelatos, andanças e gelatos. De bairro em bairro fazendo uso do "método comparativo". E não é que retornávamos sempre ao ponto inicial? Na Venchi!


Para nós a Venchi estava a poucos passos de nosso hotel, na Via Della Croce. Há outros estabelecimentos em Roma e pela Itália, mas a pequena loja foi a nossa escolhida e por lá batemos ponto todos os dias de nossa estada. Sou mais básica, mas minha companheira de aventuras provou quase que todos os sabores é claro, afinal o método utilizado assim exige, não é mesmo?




De todas as atrações de Lisboa, o Castelo foi a de que mais ouvi falar desde que cheguei na cidade. Já no check-in no hotel fui informada que do restaurante a noite teríamos uma vista privilegiada do Castelo iluminado - verdade! Ao sair na manhã seguinte o porteiro alertou que o Elétrico 28 e que tem ponto em frente ao hotel nos levaria ao Castelo. E assim foi, um comentário aqui, uma observação ali. Tínhamos uma programação alinhavada para os primeiros dias que não o incluía. E no meio do caminho tivemos um dia de Greve Geral, e o que fazer? Ir ao Castelo, pois as informações veiculadas davam conta de que seria a única atração em funcionamento - e lá fomos nós e todos os turistas que se encontravam em Lisboa. 




O Elétrico 28 possui um trajeto interessante, por algumas ruas estreitas, onde passa bem junto as fachadas do casario. Descemos do Elétrico, um dos poucos meios públicos de transporte em funcionamento, curtimos a vista belíssima e empreendemos uma pequena caminhada até chegarmos ao destino. E? Fechado, ao contrário do divulgado. Bom, aproveitamos para curtir a vista do mirante, fotografamos e partimos, com água na boca. E lá fomos, circulando, curtindo os caminhos, até o Pátio da Galé - ganhamos a manhã! 






Nossa estada inicial na cidade se encerraria na manhã seguinte e fomos obrigadas a deixá-lo para o retorno, antes de nossa volta ao Brasil. Quando voltamos de Roma, a manhã seguinte foi inteiramente reservada à ele, do que não nos arrependemos. Novamente um belo passeio de Elétrico até as proximidades, alguns momentos para curtir a belíssima vista, e após uma breve caminhada até o Castelo. E lá estava ele, imponente e com as portas abertas à nossa curiosidade. 

Das escolhas ao acerto no roteiro, tudo na Vida depende de nos conhecermos bem, sabermos o que nos atrai o olhar, não é mesmo? Seguindo meus instintos, reservei o sábado em Montevideo para curtirmos as esquinas e curvas dos caminhos, as cores e os sabores da Ciudad Vieja.


Como estávamos motorizadas, já havíamos passado nas proximidades no dia anterior, mas apenas para um contato visual, um Oi. Já no sábado o roteiro foi mega turistão quanto aos pontos indispensáveis e livre quanto aos trajetos. Assim, estacionamos na Plaza Independencia, saltamos na corrida e chegamos no Teatro Solis para o tour guiado das 11 horas (sim, andamos perdendo a hora por aquelas terras!).

A previsão do tempo para aquelas bandas não é nada precisa, muda a cada hora, por isso interferem tanto na vida meteorológica dos gaúchos, por certo. De um sábado de sol passamos a um dia nebuloso e muito, muito ventoso - e vento para mim é pior do que tudo, inclusive do que chuva, acreditem. E ventava naquele dia, como ventava!


O tour guiado teve inicio às 11 horas, em três grupos separados por idioma - português, espanhol e inglês. Todos fazendo o mesmo trajeto, ao mesmo tempo - mas funciona! O grupo primeiramente foi deslocado para o exterior do edifício (no vento), para as explicações arquitetônicas iniciais e depois levado a transitar pelas diversas dependências do teatro, tudo recheado com muitas informações e algumas surpresas, que certamente não contarei aqui - não é justo estragar as surpresas, não é mesmo?

Um dos detalhes que mais gostei foi acerca da restauração dos lustres originais existentes no Teatro. Nos foi relatado que a grande maioria das peças originais existentes no local desapareceram com o passar dos tempos, a exceção dos lustres, pendurados em segurança. Mas mesmo assim não escaparam dos efeitos dos anos, da falta de conservação, sendo que os cinco existentes se encontravam deteriorados, com peças de cristal faltando. Como a fábrica foi bombardeada na II Guerra Mundial, não havia como repô-las. Então, resolveram transformar cinco lustres parciais, em três completos e ainda guardaram peças para caso de necessidade de nova reposição. São lindos!


Do conjunto de informações recebidas, as que se referem as reformas empreendidas para a conservação do local e as referentes aos hábitos dos frequentadores, foram as mais interessantes. As instalações são maravilhosas, os cuidados com o local são surpreendentes, mas o que mais me interessou em todo o contexto foi a socialização da cultura. Só posso concordar com a escolha da cidade para ser a Capital Ibero-Americana para cultura em 2013.
Sou uma apaixonada por Primaveras, época de renovação, de retirar os casacos que tanto me pesam sobre os ombros, de andar no Sol, ouvir o canto das Cigarras. E setembro é o mês dela e por ela escrevi esse texto. Mas não é que São Pedro achou de atrasar sua chegada esse ano? E cá estou em outubro e ainda sonhando com dias iluminados, de céu muito azul e perfume de flores pelas ruas, pois nem mesmo os Jacarandás floresceram. E como saber que ela está atípica, mas está aí? Pela florada dos Ipês e pelo canto dos Sabiás nas madrugadas (e como cantam!!). Então, como  minha alma está primaveril, 
o Mochilinha também fica ao receber esse texto! 

Boa Primavera ... 




"Escolher ser FELIZ normalmente é a opção mais difícil da Vida, é escolher romper laços, dar as costas para coisas e pessoas que desejamos, é refazê-la, é seguir...

Seguir pelo caminho do desconhecido, levando na bagagem apenas o que podemos carregar e o que nos faz bem, é ir...

Ir para qualquer lugar, ir para dentro de nós, revirar e arrumar. É dar a mão a quem sempre esteve ao lado, é estendê-la para quem a deseja, é partir...

Partir na direção que parece certa, pronto para acertar ou errar nas curvas dos caminhos, é criar...

Criar múltiplas opções, para viver com aqueles que igual desejam, pela mão e no coração, 
é abrir mão...

Abrir mão dos vícios cotidianos e de amigos que não agregam, que não entendem que amizades são vias largas que permitem andar lado-a-lado, sempre e em frente, é inventar...


Inventar soluções para as tristezas, para os erros e para os nãos da Vida, a quatro mãos, a dois corações, a um só ritmo, mas 
é mais...

Mais tudo e a cada instante, é dedicação, é o ombro na hora da tristeza, é cutucar na ansiedade, é dar risada nas alegrias, é dividir, partilhar, é o conjunto, é entender...


Entender que nem sempre se acerta, que nem sempre se pode, que sempre se deseja, é aceitar...


Aceitar que pessoas são feitas daquilo a que chamamos personalidade e que por isso somos tão diferentes e nos complementamos, porém sem garantias de compatibilidade, sabendo dos riscos...


Riscos de desencontros, de divergências, de momentos controversos, de perder a métrica, errar o tom, mas com o coração sempre cheio de escolhas...


Escolhas, aquele plural que agrega tanto, que permite companheirismo, felicidade, que traz aconchego, alegrias e muita mão-na-mão, olhos-nos-olhos...


É não rimar em algum momento, mas não esquecer de se fazer presente, de desejar bom dia, de surpreender, de telefonar, de se fazer único, de estar nos sonhos, de dividir, de somar e multiplicar, de presentear com um :-)


Taí, escolher ser FELIZ é partir de cada momento para uma nova estação, com novos ares, novas temperaturas, novas esperanças e apenas levando consigo o que se pode carregar ou quem nos carrega no coração, é se desapegar...


Que venha mais uma Primavera, pois escolhi ser FELIZ"!





Não sou muito de escrever sobre hotéis, especialmente logo que retorno. Mas dessa feita a escolha foi tão boa, tão boa, que merece um espacinho por aqui já. Por razões diversas alteramos o Hotel para hospedagem na última hora, depois da Marcie passar um link do VnV com diversas opções e uma infinidade de comentários. E lá na listinha estava ele, o My Suites Boutique Hotel & Wine Bar

Nas pesquisas anteriores não aparecia, mas estava no bairro que desejava - Pocitos e, de saída, nutri simpatia por ele. Fiz a reserva pelo Booking, com custo dentro dos padrões da região, de U$ 558 para quatro diárias casal. A localização é excelente, muito próxima a Rambla Mahatma Gandhi (200 metros da Praia de Pocitos) e a uns passos da Rua 21 de Setembro, que leva a diversos pontos turísticos da cidade. Para exemplificar de forma doce e saborosa a localização do hotel, informo que há uma Freddo e uma Amaretto virando a esquina, além de várias parrillas nas proximidades - não há necessidade de carro.




Chegamos ao final da tarde, pois o voo atrasou bastante para sair de Porto Alegre. Ao entrar já fui recepcionada pelo nome, por óbvio a última reserva a fazer check-in no dia, mas o que não ofusca a simpatia e presteza de toda a equipe, gentilíssima ao longo de todo o período. 

Já na recepção gostei do estilo, embora a área social seja ínfima, é moderninha e aconchegante. A decoração toda voltada para a vinicultura, tanto nas cores - predominantemente vermelho, como nos detalhes.




O Hotel é temático. Seguindo esse conceito, possui pequenos detalhes que lhe dão um charme especial. Cada andar leva o nome de uma Vinícola local, ficamos no 6º andar -  o Marichal! Nas suítes de cada andar são oferecidos vinhos e espumantes da marca em questão, a precinhos convidativos.


E na manhã de um 27 de setembro de céu absolutamente azul, partimos de Montevideo para aquele que seria um dia mais que especial, inesquecível... 


Os anos de 1700/1800 foram muito movimentados na fronteira sul do Brasil, com áreas disputadas entre Portugueses e Espanhóis, constantes tomadas e retomadas, dando uma conformação diferenciada a região, como o estabelecimento da Colonia del Sacramento, hoje território uruguaio.

A Coroa Portuguesa sofria com a crise do açúcar e começou a espichar olhos para o sul da colônia americana, buscando alargar domínios e fazer uso do Rio da Prata para transporte de mercadorias, tráfico de escravos e para estreitar laços com os portenhos. E assim nasceu a Colônia do Santíssimo Sacramento, uma fortificação portuguesa na margem oposta do Rio da Prata onde já se encontrava Buenos Aires. É preciso dizer que muito antes das disputas futebolísticas os colonizados portugueses já travavam batalhas com os hermanos?? Pois é, de batalha em batalha, de Tratado em Tratado, a pequena fortificação foi trocando de mãos ao longos das décadas, sendo destruída e reconstruída, até o tratado final que redivide os territórios ocupados e dá origem aos mapas com os marcos que hoje conhecemos. E a pequena Colonia? Pois é, de origem portuguesa acaba finalmente sob domínio espanhol, sendo reconhecida em 1995 como Patrimônio da Humanidade. Hoje um centro turístico que recebe ávidos viajantes, em busca das histórias marcadas nas pedras irregulares dos caminhos, pelas pequenas casas de fachadas simples e pelos vestígios ainda existentes do Convento e das Muralhas da Fortificação.


E ao visitar o centro histórico da hoje Colonia del Sacramento, a 180km de Montevideo ou a uma hora de barco de Buenos Aires, encontramos o único aldeamento com características lusas em território uruguaio. E em busca dessas histórias e de belas imagens chegamos na última sexta a cidade, em especial ao seu centro histórico. Alugamos um carro ao chegarmos no Aeroporto de Carrasco e no dia seguinte, bem cedinho, pegamos a estrada seguindo o google maps  - uma estrada duplicada e bem conservada, viagem rápida e agradável.
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