No meio do caminho tinha uma Igrejinha....



... tinha uma idéia sensacional no meio do caminho. 



Saímos para espairecer, almoçar pelos caminhos da Serra Gaúcha, talvez no tibetano, talvez uma passadinha no Centro Budista, mas nada definido. Apenas rodar, um pouco. 

Rumamos em direção a cidade de Três Coroas, paramos no sinal, um menino alcançou a propaganda de um restaurante e resolvemos parar para dar uma conferida. 

O restaurante está situado no complexo de conveniências e lazer Alles Blau. 



Lugarzinho simpático, cheio de lojas lindas, um hotel Ibis em fase de construção e com projeto de construção de um parque temático. O futuro promete. 





Mas de tudo o que encontramos, o que foi o mais surpreendente? A Igrejinha Mãe Santíssima. Sim, com o nome no diminutivo. 



Construída pelo desejo dos filhos de Erna Grings em homenageá-la, a simpática construção é uma surpresa. Dona Erna e Sr. Almiro foram os fundadores de uma das maiores empresas da região, a Picadilly fábrica de calçados. Os filhos, igualmente empreendedores, são os proprietários do centro de conveniências. 



Quando olhamos ao longe ela parecia a casa de doces das histórias de João e Maria, com formas curvilíneas, mas respeitando o estilo enxaimel



Ao me aproximar fiquei encantada com as linhas curvas da torre principal, até encostar e perceber que o material, embora parecesse, não era madeira. Como assim? Parece, mas não é?

Para sorte dos visitantes há uma simpática descendente de alemães, em trajes típicos, a Elaene Cassel, pronta para recepcionar os curiosos e contar todas as histórias do pequeno templo. 



A idéia inicial, de reconstruir uma Igreja já existente, foi abandonada quando o artista Zeca Zenner foi contratado como responsável pelo projeto. Nordestino, que trocou tudo pelo Rio Grande, aprendeu técnicas construtivas com o carnavalesco Joãozinho Trinta. E foram com essas técnicas cenográficas que a pequena foi construída. 



Ali tudo parece, mas não é. 

A torre e as paredes da edificação não são em madeira e alvenaria, mas em fibra. 

Quando entramos, o teto imitando o céu azul com nuvens brancas parece uma linda pintura, mas na verdade é um adesivo em 3D. 




As colunas existentes nas laterais e que dão uma sensação de profundidade não passam de adesivos. 



Chamada de Igrejinha por conta da pouca metragem e em alusão a cidade onde se localiza, ela nos ganha pelos detalhes sóbrios, mas que demonstram o cuidado com que foi tratado o projeto. 

Numa zona de colonização, onde há seguidores de diversas religiões, ela foi idealizada como um templo ecumênico, para ser usufruído pelos interessados. O altar tipico dos templos católicos, esculpido em 1890, foi adquirido em um bric de móveis usados e restaurado. Os bancos, as imagens que se encontram nos nichos do altar e as folhas da porta de entrada foram esculpidos a mão por uma família catarinense - por falar neles, os bancos possuem o amparo para os joelhos móvel, já que nem todas as religiões usam ajoelhar-se, além de contarem com ganchos para serem penduradas bolsas e casacos, fazendo com que os mesmos possam acomodar mais pessoas. 



As referências católicas foram bastante suprimidas, para que o espaço possa ser usado por todos, mas dois anjos são encontrados nas colunas, por serem considerados universais. 

Numa mesa lateral, junto ao livro de visitas, o último trabalho artesanal feito por Dona Erna: o terço em crochê. 



Quando observamos as janelas percebemos que há vitrais, entremeados com vidros transparentes. Coincidência? Não, ali nada do que parece é, nem mesmo as coincidências o são: como a construção permanece aberta para visitação somente aos finais de semana e feriados, a transparência permite que todos que desejem espiem seu interior. 



Se tivéssemos apenas encontrado as portas abertas, sem termos sido recebidas pela simpática descendente em trajes típicos, certamente não teríamos entendido os tantos sentidos que as coisas simples deram ao lugar. 

Como simbolo de transcendência, no jardim existente junto a entrada há duas Azinheiras (oliveiras), com idades em torno de 150 e 300 anos, respectivamente. Lembrando a entrada de Jesus em Jerusalém, as palmas. 



Um sonho de lugar. 







Informações: 

Está localizada no Centro de Conveniências Alles Blau, na RS 115, em Igrejinha. Uma paradinha espetacular para quem se dirige para Gramado, via Taquara. 

Permanece aberta para visitação aos sábados, domingos e feriados, das 11h30min às 14h. Nesse horário os visitantes contam com a recepção da simpática guia. 

Um domingo por mês há uma missa católica, mas as demais religiões ainda estudam dias em que recepcionarão seus fiéis na casa. 

Casamentos, batizados e ensaios fotográficos são bem vindos, já que o espaço se encontra disponível para locação. 








6 comentários

  1. Ouvi muito a expressão "uma casinha de boneca" mas nesse caso é "uma igrejinha de boneca" !
    Que linda homenagem ! Que ideia genial desse Zeca Zenner. O Rio Grande do Sul cada vez se superando mais e mais. ótima dica para uma paradinha !

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    1. Realmente uma parada gostosa, num lugar bem cuidado, com a Igrejinha e um Restaurante (buffet) bem variado e com ótimos preços. Para quem está indo para Gramado e quer almoçar com a família, é uma ótima pedida! BjO

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  2. Nossa adorei isso, bem pertinho de onde moro, vou conhecer, e que história hem, parabéns pelo post!

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    1. Sarah, o paradouro é mega gostosinho. O restaurante é amplo, com um buffet bem variado e barato. Curtimos! BjO!

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