Fui algumas vezes ao Vale dos Vinhedos, percorri sempre com prazer aquelas estradas de terra, visitei muitas vinícolas, mas uma tem seu espaço especial no coração: Barcarola.
Nessa não há vinhedos para fotografar, pois eles ficam em uma localidade próxima. Não há tour guiado ou barris de carvalho para ajudar a entrar no clima. O negócio deles são as uvas, vinhos e espumantes.
Numa belíssima casa colonial, o atendimento se dá no porão de pedras, gelado como o polo sul. Um balcão, alguns bancos e prateleiras com garrafas expostas.
Fora isso? Um enólogo simpático e apaixonado, que recebe todos com vontade de ensinar, de contar sobre as novidades das últimas safras, sobre o estilo de cada vinho.
Desde que estivemos lá pela primeira vez, e já se passaram alguns anos, a cena se repete, mas sempre há novidades, novas uvas, safras especiais e garrafinhas numeradas.
E quando nasceu a tradição familiar dos Petrolli? Ainda em Trento, na Itália. Trouxeram na bagagem a tradição e mudas de videiras, em 1879. De lá para cá foram aprimorando as técnicas, trabalhando diferentes qualidades de uvas e estudando. Os descendentes retornaram para conhecer a terra natal dos antepassados, aproveitaram para reforçar a formação acadêmica e, como feito anteriormente, trouxeram na bagagem novas mudas de qualidades diferenciadas.
O atendimento se dá na antiga casa da família, no Vale. Construída em estilo colonial italiano em 1913, atualmente tombada pelo Patrimônio Histórico, é onde está a boutique de vinhos.
Durante a degustação o proprietário explica as peculiaridades de cada uma das uvas produzidas na propriedade da família, ou seja, sobre a Cabernet Sauvignon, Merlot, Tannat, Teroldego, Lagrein, Rebo, Marzemino, Pinot Noir, além dos brancos Chardonnay e Moscato.
A produção de vinhos diferenciados, em safras alternadas e que não ultrapassam as 1.700 garrafas numeradas, são um diferencial do lugar. Os vinhos Teroldego, Lagrein e Rebo são disputadíssimos.
Bebidas alcoólicas não são um hábito, para mim. Abro exceções em momentos especiais, para experimentar diferentes sabores em minhas viagens ou pelo simples prazer de bebericar uma Moscatel da Barcarola - minha bebidinha de criança, doce como deve ser a vida! Enquanto ele lembra da Ná pela aquisição de vinhos selecionados, diferenciados, de mim creio que só recorde pela caixinha de Moscatel que levo, normalmente sem degustar.
É daqueles lugares que se melhorar, estraga. Tem que permanecer assim, discreto, com uma produção limitada e diferenciada.
Posso contar o melhor de tudo? Eles vendem pelo site, só pedir que despacham. Eu recomendo!
Agora que já apontei qual é minha vinícola preferida, leiam que legal a história do nome. A família veio da província de Trento, de uma cidade chamada Cimone. Na época que se deu a grande migração para o Brasil, parte das famílias partiu, deixando saudade. Foram para o Novo Mundo, sem saber o que lhes esperava e nem se veriam novamente aqueles que ficavam. Em 1885 em Cimone é criada a festa da Barcarola - a barca que atravessa as ruas da cidade ao som de músicas tradicionais, para relembrar aqueles que partiram. Nome da empresa, pois simboliza a barca que trouxe a família, os primeiros viticultores e as primeiras mudas.
Ao lado da linda casa, o Capitél de Nossa Senhora de Lourdes, construído em 1910.
Melhor forma de encontrá-los? Seguir as indicações do mapa que está na entrada do Vale dos Vinhedos ou através das indicações e mapas fornecidos no setor de Informações Turísticas, poucos metros após a entrada.
Informações:
Vinicola Barcarola
Via Trento, s/nº - Vale dos Vinhedos
54.3451.2478.
Informações:
Vinicola Barcarola
Via Trento, s/nº - Vale dos Vinhedos
54.3451.2478.
Show! Realmente legal o atendimento. Ainda não conhecia o Vale e passei pela Barcarola na ida, acreditando estar fechada. Felizmente na volta percebi que estava aberta e tive o prazer de conhecer o lugar. Recomendo muito! Ótimo atendimento e o lugar nem se fala :)
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