Hotel Alexandre: nosso pequeno Hotel na zona de fronteira com o Uruguai.




Por aqui dizer que se gosta da estrada é redundante, amamos viajar e sempre o fizemos muito. Mas nem sempre foi turismo, tem muito de trabalho envolvido nessa paixão, porque até profissionalmente nossa vida passou pelas estradas - ao longo de cinco, seis anos, rodamos milhares de quilômetros por ano, atendendo em mais de cinquenta cidades gaúchas. Acordar num lugar e dormir em outro era normal, verdadeiros caixeiros viajantes da advocacia. Apesar de cansativo, foi enriquecedor. Tenho tentando, ultimamente, restringir minha presença apenas ao escritório, evitando um pouco reuniões e outras atividades externas, mas ainda rodamos por ai. Então, possuímos uma experiência bastante ampla em hotelaria gaúcha. 

Percebi que praticamente não possuo review de hotéis gaúchos no blog, resolvi então corrigir tal falha. Falamos tanto de hotéis espalhados pelo Mundo, mas esquecemos o que há pelo interior do país, lugares por onde passamos entre um ponto e outro. Nem todas as cidades são turísticas, mas muitas se encontram em rotas turísticas e podem servir de paragem para viajantes cansados. 


Escolhi a cidade de Dom Pedrito, na fronteira oeste do Rio Grande, para dar inicio as dicas por aqui. Num primeiro momento se pensa: mas que diabos tem nessa cidade (distante 440Km da Capital) que eu precise saber sobre sua rede hoteleira? Respondo, claro. Proximidade com cidades que fazem fronteira com o Uruguai (90Km), onde há um turismo bastante expressivo de compras (free shops), além de ser caminho para brasileiros que se deslocam em direção as praias uruguaias e de uruguaios que buscam o litoral brasileiro. Sabe aquela estrada calminha, calminha, que no verão recebe comboios de apressadinhos? Pois é, assim é a BR 293, por onde se chega na cidade. 

Dom Pedrito, conhecida como a "Capital da Paz" por ter servido de palco para a assinatura do Tratado de Ponche Verde, que pôs fim a Revolução Farroupilha, surgiu como rota de contrabando uruguaio, quando nossas fronteiras com as bandas orientais ainda não tinham se firmado. Hoje faz fronteira com as cidades de Bagé (divisa com Aceguá - Uruguai) e de Santana do Livramento (divisa com Rivera - Uruguai). Logo, está na rota do turismo de compras, que movimenta a fronteira durante todo o ano. 

É uma pequena cidade, sem grandes atrativos turísticos, mas possui umas construções simpáticas e centenárias. Sequer possui muitos hotéis, já utilizamos por diversas vezes dois deles, sendo que aqui destacarei apenas o nosso preferido: Hotel Alexandre.


Junto a praça central da cidade, se encontra em funcionamento há mais de 120 anos e serviu de hospedaria para combatentes na Revolução de 1923. 

Há anos nos hospedamos lá, bem antes da super reforma. Naquela época as instalações eram mais simples, com o café-da-manhã servido num refeitório junto ao pátio interno - o maior charme do local. Meu divertimento era sempre dar uma analisada nas fotos de época, que ornavam o balcão da recepção, por baixo de um vidro que as protegiam. Mas novos tempos chegaram por lá, o pequeno hotel foi remodelado, os apartamentos reformados e recebeu uma filial do melhor restaurante da cidade, o Cumbuca. 

As novidades são perceptíveis desde que se chega na Praça, pois a fachada foi modernizada, recebeu iluminação e já se pode observar o interior do Cumbuca. 

O espaço destinado a recepção aumentou, ganhou ares modernos, um espaço confortável para os clientes, junto a uma maravilhosa lareira. 





As fotos do balcão migraram para as paredes, ganharam um certo glamour. 


As suítes receberam móveis novos, sem elementos decorativos, não são muito espaçosas, mas suficientes - após a reforma sempre ficamos no térreo. 

O café-da-manhã é servido no anexo do restaurante, na parte junto ao pátio interno, que já era lindo e ficou ainda melhor depois de receber cuidados estéticos. Servido no sistema de buffet, sempre farto e delicioso, com alimentos típicos da região da campanha. 





Embora a remodelação e a reforma das suítes o tenha deixado com ar contemporâneo, o tratamento continua o mesmo dos tempos em que ainda era pequenino, muito pessoal e com uma equipe extremamente gentil. 

Para nós a mais importante mudança foi a instalação do Cumbuca em seu interior. Sair para jantar no inverno (e como faz frio naquelas bandas), ter que procurar um lugar aberto no meio da semana (os moradores se recolhem ao final da tarde) para jantar, sempre foram os grandes senões em se hospedar na cidade. Não mais. 

O Restaurante Cumbuca é um charme, serve pratos típicos da região (o cordeiro é sempre a melhor e eterna pedida), no inverno um perfumado buffet de sopas, além de uma carta de vinhos e espumantes que incluem itens da produção local - a região é a mais nova produtora de uvas/vinhos do Estado, sendo conhecida como Paralelo 31. 

Além de oferecer uma culinária deliciosa, dando ênfase para a cozinha tipica da região, o ambiente é simpático, com uma música suave ao fundo e atendentes discretos e eficientes. 

Se antes já possuía nossa preferência, o que dizer após a remodelação, não é mesmo? Mas não pensem que apenas nós concluímos que a cidade é uma ótima paragem após um dia de compras na fronteira ou em meio ao percurso para as praias. Não, hoje é necessário um tantinho de organização, pois chegar sem reservas muito provavelmente signifique encontrar o mesmo abarrotado de clientes e sem disponibilidade. 

Todas as informações necessárias você encontrará no site: Hotel Alexandre.

2 comentários

  1. Hum, que interessante. Deve ser bom inclusive para fugir daquela insuportável fiscalização de Rivera, não? Meu irmão disse que se voltamos por Rosário param o carro na ponte e por ali não deve ter muita ação deles. Gostei e vou repassar a indicação. Abração, Paula.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Fiscalização? Imagina (hahahaa). Teu irmão tem razão sobre a ponte é comum, embora jamais tenhamos sido paradas, sei de muitos casos próximo a PRF - nada demais afinal, é área de fronteira e a fiscalização faz parte e é necessária. Nos hospedamos normalmente no Jandaia em Livramento, mas se a intenção é sair muito cedo, acredito que é melhor já se encaminhar para Dom Pedrito ao anoitecer. BjO!!

      Excluir

Para o Topo