JK: em prosa, verso e muitos objetos.

Há lugares que você vai conhecer, retorna para curtir e se te convidarem, você revisita para esmiuçar. Na minha vida muitos são esses lugares, pois sou repetitiva mesmo, e um deles é o Memorial JK, em Brasilia.


Pelas minhas continhas estive por lá umas três vezes, mas voltaria (voltarei, com certeza). Daí me perguntam: é tão bonito assim? Não sei, mas é singular, é história viva, tem uma atmosfera empreendedora, é gostoso. 

A construção de Brasilia, independente de criticas históricas, é um marco nacional. Quer do ponto de vista histórico, arquitetônico, mas para mim muito mais do empreendedorismo. Sua história deveria ser contada em prosa e verso nas escolas, mas não apenas mostrando que lindas são as obras arquitetônicas, mas contando o sonho e sua realização - para encher os jovens de esperanças, de criar-lhes o desejo pela criação das oportunidades, para desacomodar. E aqui não me refiro ao sonho e/ou a vontade politica de JK e de seus companheiros (chamem como quiserem, há tantas divergências a respeito), mas aos sonhos dos milhares de brasileiros que partiram rumo ao desconhecido, ao nada, em busca de uma vida nova e melhor -  sonhos de prosperidade na Nova Capital do Brasil.

Um pouco de tudo isso está pelos corredores e paredes do Memorial. Lá há um pouco da história de JK, muito da construção de Brasilia, mais um pouco de seus primeiros anos. 

Situado na Praça do Cruzeiro, no local onde foi celebrada a 1ª Missa em Brasilia, sua edificação é projeto de Oscar Niemeyer - um prédio belo e cheio de peculiaridades, com uma área externa verde e colorida. 


Seu acervo se encontra organizado em dois andares, que são divididos ainda com a Sala da Presidência, Sala de Pesquisa Affonso Heliodoro dos Santos e com o Auditório Márcia Kubitschek. 


O andar térreo possui uma iluminação mais clara e nele encontramos um pouco da vida de JK antes da Presidência da República, o exercício da Medicina, um pouco da família. 

No andar térreo também encontramos o sonho, lá no seu nascedouro. Há um espaço chamado de Sala de Metas. Nessa encontramos painéis com o inicio, o desbravamento, os alicerces da Nova Capital. É um espaço para se perder, para se permitir sonhar. Ao lado está o gabinete de Dona Sarah, onde ela exerceu suas funções no Memorial até sua morte - lá também temos mais um pouco da história da construção do Memorial, em imagens e objetos. 

Como um anexo da sala de D. Sarah está a Biblioteca de JK. Sim, a Biblioteca como era mantida no Rio de Janeiro. Respeitada a planta original, a mesma foi transposta para o Memorial, com todos os livros (aproximadamente 3 mil exemplares), móveis e objetos pessoais - nesse espaço sempre há um funcionário para receber os visitantes e lhes explicar os detalhes dessa história. 

No andar superior a iluminação é mais intimista, mais apropriada ao espaço onde se encontra a Câmara Mortuária do Presidente JK. Sua disposição é interessante: se encontra bem no centro do espaço, com entrada para acesso dos visitantes e com uma abertura superior - revestida por vitrais de Marianne Peretti, que proporciona iluminação natural e multicolorida ao túmulo, de mármore negro. Nesse espaço encontramos também painéis de Athos Bulcão. 

E nesse andar está o chamado Museu. No espaço estão dispostos materiais de campanha à Presidência da República - flâmulas e santinhos, objetos pessoais do casal no período na Presidência, roupas em réplicas e peças originais, a pequena pistola que teria sido levada por D. Sarah quando deixou o País. Ainda, a faixa presidencial, o traje de gala, medalhas e condecorações. Mas, há muitos objetos relacionados às festas de inauguração de Brasilia, inclusive doados por convidados e lá eternizados. 


Você caminha, curte aqueles espaços, aqueles objetos, aquelas imagens. E depois? Pode optar entre tomar um refresco no Café, fazer umas comprinhas na lojinha ou ir curtir a área externa - minha escolha. Na área externa encontramos de um lado (de acordo com a saída escolhida) a estátua do casal, sentado em um banco sobre um gramado muito verde e do outro, junto ao estacionamento e numa redoma de vidro, o último carro usado por JK - Ford Galaxi 500, de 1974. 


Na parte frontal, onde se encontra a estátua e onde sempre há muitos turistas fotografando (fotinho jacu tipica), estão diversas esculturas em forma de esferas poéticas em aço que remetem a fatos da história de Brasilia - obra em comemoração ao centenário de JK, de autoria de Darlan Rosa. 




O símbolo mais emblemático do Memorial, entretanto, se encontra em lugar de destaque. Se trata da escultura instalada junto ao edifício, sobre uma coluna de 4,5 metros de altura. De autoria de Honório Peçanha, sofreu criticas de setores mais conservadores (porque não dizê-los reacionários, não é mesmo?) que a traduziam no simbolo do comunismo - foice e o martelo. Fugindo dos simbolismos, ela dá ao local um ar grandioso, o embeleza e se estiver realmente a significar o comunismo, que assim o seja - estará de acordo com sua época, com a história. 


Mais informações acerca dos horários para visitação e valor dos ingressos, acesse o site do Memorial, clicando aqui.




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