Praia do Rosa, dois dias de paixão!



Costumo dizer que Santa Catarina é o paraíso mais próximo de casa, que há. Por que? Meu conceito de paraíso, em regra, envolve areias fofas, enseadas que se abrem após acessos arborizados, águas azuis ou verdes que molham rochas e corpos, com dias acompanhados pelos sons da sinfonia das ondas, por um hotel charmoso e com bares, bistrôs e restaurantes praianos que sejam puro amor. Pois é, aqui do ladinho há um paraíso. 



A Praia do Rosa dista 400Km de Porto Alegre, o que se percorre em dois ou três piscares de olhos, depois que a BR 101 foi duplicada e que ganhamos de presente a Ponte de Laguna. Ufa, só quem dividiu a rodovia da morte de pista única com caminhões furiosos e que ficou horas papeando no sol escaldante de verão, aguardando para fazer a travessia de Laguna, entenderá. Gaúchos entenderão. 



Nada mais nos separa do paraíso e foi para ele que rumamos no último final de semana. Uns quilômetros, uma paradinha, mais uns quilômetros, mais um pardal, outro pardal, uma foto e alguns declives e aclives e a estradinha do Rosa nos diz que chegamos e que a diversão está garantida. 

Antes? Pausa para um almoço no Restaurante Lagoa, junto a BR 101, em Laguna. Paradinha de praxe, desde sempre. Com a duplicação e a ponte ele está menos visível, mas continua lá, com seu buffet de frutos do mar e sua vista encantadora. Simples, mas faz parte de nossa história. Hum, as tainhas e anchovas grelhadas, servidas na mesa, estavam divinas. Sobremesa? Rodem mais uns metros e os vendedores na margem da estrada oferecerão butias, deliciosos. 








Seguimos e chegamos no Rosa. Não é mais aquela prainha no meio do nada, virou point da galera, onde todas as tribos de misturam e, quando não se misturam, se cruzam de boas. Para cada estilo e para cada bolso, mil e uma possibilidades. 



Há um paz e amor no ar, a gente chega, abandona a fantasia, coloca um chinelo e já se sente um pouco bicho grilo, sabe? Dá vontade de sentar ao som das ondas e puxar aquele livro preferido de poesias ou um de filosofia bem cabeça feita, enquanto ao longe alguém dedilha um violão. O Rosa é zen! 


Resolver de última hora já não é tão simples, as opções de hospedagem encolhem automaticamente. Faltando poucos dias as pousadas mais transadinhas ou bem localizadas desaparecem, sobram as mais afastadas do centrinho, do mar ou nas áreas mais elevadas. De boa, nada disso é problema, você está no Rosa. 

A região é meio acidentada, cheia de morros, subidas e descidas. Para quem as pernas permitem, caminhadas saudáveis. Para aqueles, que como eu não podem se aventurar muito, o carro leva por estradinhas sinuosas que são puro charme. 



Minhas três opções favoritadas para hospedagem estavam com a lotação esgotada. Parti para a lista dois, ou seja, qualquer outra que tenha seu charme e esteja louca para me receber. Pronto, Bangalôs do Rosa surgiu com uma suite linda e ganhou a vez. Dezesseis anos de história e apenas seis bangalôs, parecia bom e foi. 




Uma série de bangalôs pendurados no morro, com uma rede na varanda (churrasqueira também, para quem é fã), cozinha completinha (eles não servem café-da-manhã) e perto do centrinho.




No litoral catarinense é muito comum pousadas e hotéis contarem com uma pequena cozinha, com microondas e utilitários básicos, ao menos. Na Bangalôs do Rosa eles deram uma incrementada, pois há fogão, forno elétrico, microondas, cafeteira comum, liquidificador e muitos outros apetrechos para quem curte fazer as refeições em casa. Inclua uma nespresso, para alegria de alguns. 



Cama confortável, bom banho e uma iluminação intimista sempre me conquistam. 





O atendimento quase deixou a desejar, mas depois de uns minutos de irritação, tudo se ajeitou. Também, não é todo dia que uma criança atira uma pedra e quebra o vidro da janela do banheiro e os cacos se espalham pela banheira, né? Quando informamos o ocorrido alguém da recepção disse que tinha vassoura e que poderíamos limpar, mas minutos e momentos de irritação depois, a limpeza minuciosa foi feita. Então, final de semana salvo! Hum, para quem curte uma piscina ou um recanto para bater um papo ao final das tardes... 





Tarde com sol entre nuvens, acompanhada de um ar fresco, nos recebeu e nos embalou pelos mirantes, lojinhas e mesas dos bares. 

Uma caminhadinha, uma parada para um suco de abacaxi com couve e hortelã, uma super caminhada, alguns aclives e o mirante. Oi, lagoa e mar! 



Incenso no ar, luminárias turcas, outras tantas artesanais, uns balacobacos tailandeses, cristais e os olhos se encantam e os reais pulam da carteira felizes. 




Uma pedrada na janela, um estresse rápido, ... ops, já disse isso. Vamos pular e partir para o banho relaxante, antes do jantar? Hum, para esquecer qualquer dissabor. Restaurantes e frutos do mar, lá fomos nós. 

A temporada de veraneio estará aberta, ao que parece, apenas a partir do próximo final de semana. Logo, enquanto as opções de hospedagem encolheram pela imensa procura, as de alimentação por estarem fechadas. Ainda assim o Restaurante Tigre Asiático nos recebeu de portas abertas e com pratos sensacionais. 



Tradicional e conhecido, oferece sabores do oriente num ambiente temático. Mesa ou tatame? Vinho, espumante ou cerveja artesanal? Ambiente aprazível e menu repleto de opções, pronto para agradar paladares diversos. 



Não fiz fotos, pois a luz não ajudou. Agora, fui no site e as fotos de divulgação são exatamente dos pratos que pedimos. 

O meu? Salmão grelhado com molho teryaky, um primor.  



Para Naiá, o Koh Sa Mui II - um polvo furioso, repleto de pimentas, ao molho de ostras y otras cositas más. 



Precinhos? Muito menos do que pagaríamos em Porto Alegre, isso é certo. Pulamos a sobremesa, para encontrá-la mais tarde na sorveteria. 

Bom dia, Rosa! 

O dia amanheceu lindo, quente e cheio de graça. Lá fomos nós para garimpar um café da manhã na rua, com outra dose daquele suco de abacaxi com hortelã. Dalí direito para os caminhos do Rosa - Sul ou Norte? Norte! 



Estaciona, encontra o acesso e desce. Alguns degraus, uma rampa, um degrau, paradinha para fotos, mais um pouco de rampa, uma curva e a praia se mostra, linda e apaixonante. 






Dia para caminhadas e muito papo, uns videos, umas fotos, mais um papo e mais caminhada. As águas estava para os aventureiros das ondas e as areias para os sonhadores dos mares, como eu.



Pés na água, uma delicia. Minutos de silêncio, um agradecimento e o sol a pino nos informava que era hora de subirmos (mais algumas fotos, algumas risadas e aquela intimidade boa de quem tem muitas histórias para recordar). 



Como as horas passam rápido quando estamos no paraíso. Engraçado como elas insistem em se arrastar quando estou soterrada de trabalho, jamais entenderei. Uma última passada na pousada, um banho e a despedida - o pessoal não estava na recepção, tocamos, esperamos um tanto, tocamos novamente e, como queríamos aproveitar a tarde, deixamos a chave sobre o balcão e partimos, pois a conta já estava paga. 

Malas no carro e o destino era o Caminho do Rei. Essa estrada que leva ao canto sul, onde há uma trilha que dizem ser show, é onde se encontram algumas das pousadas mais legais da região, além de restaurantes, bares e galerias de arte. Ainda fora da alta temporada, muitos estavam fechados. Nosso destino era um com as portas cerradas, que fez com que caíssemos em outro, com portões abertos. Se não rolou hospedagem por estar lotado, o almoço estava delicioso. 




O Restaurante Urucum está localizado junto a Pousada Solar Mirador, oferecendo uma linda vista da baía do Rosa e da Lagoa do Meio. 



Menu do chef Rafael Miralha oferece um pouco da culinária indígena, bem brasileira, em versão gourmet. A base é a leveza da culinária capixaba, feita em panelinhas, panelas e panelões de barro. Repetitivas, nossa escolha recaiu sobre uma moqueca a base de peixe, camarão e polvo, acompanhada de farofinha, arroz e um pirão dos deuses, a Moqueca Urucum. 



Antes que ela chegasse na mesa, a entradinha de siri gratinado, para entrarmos no clima do verão. Siri, sem ou com vista?




Bom, pulamos a sobremesa, pois queríamos comer um crepe no palito, antes de pegarmos a estrada. Doce-de-leite para mim, prestigio para ela e calorias, muitas calorias. Aff, não resisto a um docinho!

O relógio, apressado, informava que era hora de partir. Por último, ainda em terras catarinenses, uma passadinha pela ponte velha de Laguna, para matar a saudade do tempo dos perrengues e fazer umas fotos, especiais. 




Foi bom, voltaremos. 




2 comentários

  1. Realmente o "paraíso" ! Ainda não conheço Santa Catarina. Amo caminhar numa praia assim.
    Delícia esses pratos. Deve ter sido um ótimo fim de semana. beijocas

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    1. Foi ótimo, sim, querida. Santa é um destino para onde vamos em busca de paz e renovação e encontramos, fácil, fácil. Há muito o que descobrir pelo litoral, muitas enseadas e recantos espetaculares. Tens que conhecer, acho que gostaras, muito. BjO!!!

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