Com o brilho da antiga Capital do Brasil: Palácio do Catete.


Um dia o Rio brilhou como Capital do Brasil, a cidade onde o poder tinha casa e parcela da sociedade circulava em amplos salões, local onde parte de nossa história foi traçada ou calada, onde se ouviu dos estampidos dos fogos ao tiro fatal. Tantas histórias e uma casa, aquela em que as paredes e portas tinham olhos e ouvidos, onde muito se disse e tanto se sussurrou, o lugar de muita vida e um tanto de morte: o Palácio do Catete, atual Museu da República. 



Depois de décadas sob os holofotes, um dia o poder fez as malas e foi desbravar o cerrado, cumprir seu destino e fazer casa no centro do país. E lá ficou o Catete, um belo prédio neoclássico e interior eclético, com as marcas da história nos ladrilhos por onde correram aqueles que tomavam as decisões.




Gosto de visitar museus e palácios, sinto uma alegria quase infantil de reler meus livros da escola ao passar os olhos por afrescos, esculturas, cortinas e móveis, mundo afora. 


O prazer se multiplica quando esse tanto de história é nossa, do meu país, daquilo que meus avós, pais e eu vivemos em momentos diversos, das noticias que chegavam pelas rádios e foram repassadas nas conversas entre gerações. Lembro de meu avô contando quando ouviu a noticia da morte de Getúlio (e de sua felicidade), dos enroscos que rolavam pela rádio Mayrink Veiga e eram retransmitidos pela Gaúcha. Poderia deixar de observar os portões e portas, que tantas vezes bateram, ou as maçanetas usadas para abri-los?




Conhecer a própria história é essencial para construir o presente, para ter olhos mais confiantes quando voltados para o futuro. 


O Catete, embora tenha sido grandioso em outro momento, hoje é pequenino, aconchegante. Nos momentos em que consegui ficar só nos ambientes, eles pareciam sussurrar. 

Os toucheiros, em ferro fundido, reforçam o ar histórico do ambiente, assim como os detalhes das peças que ornamentam nichos e escadarias. 





Os belos salões guardam histórias nem tão antigas, estamos falando do periodo de 1897 a 1959. O quanto aconteceu ali até as portas do Palácio serem cerradas em 1960, para serem reabertas em 1970, já como o Museu da República? Tanto, garanto! Ali, numa daquelas mesas, foram assinadas as declarações de Guerra contra a Alemanha (1917) e contra o Terceiro Reich (1942). Foram em quartos da ala residencial que o futuro Papa Pio XII pernoitou (1934) e onde Getúlio se suicidou (1954). 



O Salão Nobre mantém a estrutura e móveis da época em que serviu de residência para os Barões, antes de ser adquirido para ser a sede do Governo. Apenas os afrescos, que representam os Deuses do Olimpo, foram alterados. É exuberante.  



Os tacos de madeira e ladrilhos hidráulicos possuem mais que cores, são testemunhas da história e continuam belos. 




O Salão Veneziano ganhou essa denominação em decorrência do mobiliário que o guarnece. Possui um lustre, que mescla cristal e bronze, e delicados afrescos em cores intensas. 



Numa época onde a presença feminina não era aceita em todos os ambientes, onde os homens possuíam hábitos não partilháveis, como fumar e jogar, o palácio ganhou o Salão Mourisco - o espaço masculino. Inspirado na cultura islâmica, possui cores bem características. 




A Galeria de Vitrais alemães dá tons na ligação entre salões. 


Palco de muitas recepções e das posses de Presidentes, o Salão de Banquetes se mantém, com a louça posta, como que a esperar os convidados. 



É um local para ser percorrido com olhos voltados, também, para o alto. 




Portas trazem os jardins para os ambientes internos e nos levam até eles. E são encantadores os jardins do museu. 



Cheios de cores, numa mescla do antigo e do novo. 




Local para se deixar encantar... 


Retornarei, pois a ala residencial, no terceiro pavimento, estava fechada para visitação. 



Onde?
Museu da República
Rua do Catete, nº 153 - Rio de Janeiro. 

2 comentários

  1. Amei o post!
    Eu tenho uma lista de museus para visitar no RJ, mas vc sabe, né?! A gente sempre acaba deixando pra depois o que está muito perto e eu nunca fui no Palácio do Catete.

    Acho que vou tentar aproveitar esse feriadinho!

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    1. Tati, sempre acho muito engraçado isso, pois acabamos aproveitando muito mais as cidades que visitamos, do que a nossa. Super te entendo! Quero fotinhos dessa visita! BjO!!

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