Brasileirinho: o restaurante em Copacabana que ganhou as gaúchas.



Vou contar uma historinha...

Estávamos no Rio de Janeiro, eu muito cética, tentando entender o que a cidade tem de maravilhosa (já contei em algum canto desse diário que não curtia a cidade, acreditem) e escolhendo o lugar para nosso primeiro almoço, numa manhã de sol aberto. Sábado, o povo animado na ciclovia, tomando as areias escaldantes, poucos corajosos se jogando nas águas geladas de Copacabana. 

Estremeço: anúncio de feijoada no restaurante do Othon, convidativo. Olho para o lado e lá está a Ná, sorridente, com aquela carinha de que isso é o maior desejo da minha vida, sabem? Aff, feijão - como Deus alguém curte comer feijão?!! 

Lançou mil argumentos, de como seria maravilhoso almoçarmos no 30º andar, com uma bela vista da cidade, de como deveria ser delicioso comer os tais grãozinhos pretos e, como última tentativa, que ligaria para saber o que ofereciam no cardápio que pudesse me convencer. Meus argumentos? Que não havia razão para me fechar num cubo perto do céu, num restaurante que se diz internacional, quando tudo o que desejo é o som das ondas, o pé na areia e a brisa marinha bagunçando meu cabelo rebelde. Venci, as calçadas de Copa ganharam nossos passos lentos e serenos, cheios de sossego e falta de pressa. 

Enquanto respirava aliviada, via os dedinhos serelepes no smartphone e, finalmente, uma carinha feliz, aquele sorriso lindo, aberto. "Encontrei", dizia ela, alegrinha. Pertinho, num lugar cheio de cores, serviam a tão desejada feijoada, mas tinham moqueca baiana e bobó de camarão, avisava. 

Fomos curtindo as sombras, passos curtos, muito papo, até chegarmos no Brasileirinho. Simpático, pensei. 



Algumas mesas ocupadas, feijoada sobre as mesas, um perfume delicioso no ar e muitas cores. Pronto, curti - e nem havia feito meu pedido, ainda. 

É um restaurante de comida regional, com a cara do Brasil. A decoração foi garimpada em viagens, então tem de tudo, espalhado por prateleiras, que dá um clima legal e já ajuda a animar o papo - mostra daqui, lembra dali, compara e quando vemos o garçom está parado ao lado da mesa, com um sorriso, esperando pelos pedidos. Rápidas e certeiras: Feijoada e Moqueca Baiana. Imaginem duas pessoas felizes!! 


Enquanto esperávamos aproveitamos para ler algumas coisas sobre o lugar. A maior referência ao Rio de Janeiro está na localização e na fachada do empreendimento - em Copacabana, de frente para o mar, a dois passinhos das concorridas areias, com um trabalho em pedras portuguesas e cor para receber a clientela. 


Ao entrar, o cuidado na setorização do cardápio, na escolha dos ingredientes e equipamentos, o que dá um diferencial ao local. O cardápio é uma viagem pelo Brasil, trazendo ingredientes "Do Mar" - ostras e polvo; "Da Roça" - costelinhas, torresmo e pastel de angu (angu sempre me lembrará da casa da fazenda, da mesa cheia, das risadas e da comida perfumada da minha infância) e "Na Pedra", pratos com peixes e camarão preparados em panelas de pedra. 

As panelas usadas na Feijoada foram produzidas nas Cachoeiras de Brumado, já aquela que trouxe à mesa uma das melhores Moquecas da minha vida, é das Paneleiras de Guarapari. 

Depois de todo encantamento, preciso ainda falar dos pratos? Certeza? Estavam SuPiMpAs! 


A Feijoada é trazida na mesa, vai sendo servida e reposta ao gosto do cliente. Para acompanhar os grãos tão desejados, uma dúzia de opções de carnes, torresmo, laranja, muita couve refogada e uma deliciosa mandioquinha frita (aipim para muitos - alguém já conseguiu comprar farinha de aipim? Desculpem, foi só uma perguntinha sarcástica). Sim, furtei uma (ou duas) mandioquinhas do farnel da Ná. 


E as Moquecas? Hum, sou capaz de sentir os aromas... Capixaba, Baiana, do Pará e a Carioca. Minha escolha? Um vicio, a Baiana! Pedi a porção soft, mas confesso que não venci, bem servida e deliciosa. 


Não queríamos mais nada, estávamos satisfeitas, mas chegou uma sobremesa, dividida pelas sorridentes passeadeiras. 



6 comentários

  1. Gente do céu! Como eu não conhecia esse restaurante ??? Nunca liguei muito para feijoada, mas confesso que ultimamente tenho sentido falta desse tipo de comida que não é muito popular aqui em SC. E a moqueca??? A baiana aqui não come dendê há 7 meses e já está com crise de abstinência haha Anotado aqui! Bjo

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    1. Por aqui também é difícil, para não dizer impossível, encontrar uma boa moqueca ou um bom bobó. Não sabemos dosar os ingredientes, deixar no ponto, sabe? Então, quando viajo já vou procurando....

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    1. hahahaaa!!! Av. Atlântica, 3564 - Copacabana. Uma quadra do Othon Palace, onde estávamos hospedadas. BjO!

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  3. Anotado. Em fevereiro estaremos lá. Obrigada Paula.

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