"Me arrependo, quanto muito, do que deixo de fazer": o Mochilinha na Copa do Mundo 2014!!



Quando abriram as inscrições para aquisição de ingressos para o Mundial, fui logo tentando para Porto Alegre, São Paulo, Rio de Janeiro e Brasilia. A medida em que me animava, as criticas se multiplicavam, já que passou a ser considerado quase um crime de "lesa-humanidade" não aderir ao #NãoVaiTerCopa. Pois bem, não compactuei com tal campanha, pois não acreditava que ainda fosse momento para tanto e por não acreditar que a resposta a corrupção e aos desmandos se dê de outra forma que não nas urnas. Definitivamente, o arrependimento de não participar de um Mundial em Casa não constaria de minha biografia. 

O desânimo se abateu quando consegui ingressos para apenas uma partida, dia 15/06 em Brasilia: Suiça x Equador. Mas se era essa que estava reservada para mim, bora lá. Passagens aéreas compradas, hospedagem garantida, começamos a nos animar com a possibilidade de lá estarmos, de fazermos parte de um momento sonhado, histórico.  



E Brasilia nos recebeu linda, florida, quente, ensolarada, colorida e encantadora. 

Não houve qualquer arrependimento. O voo reservado com máxima antecedência não atrasou nem pela cerração que se abatia sobre Porto Alegre, naquele fim de madrugada. Numa semana de muitas realizações profissionais, o passeio foi nosso presente, nossa comemoração. 



O bloqueio hoteleiro feito por empresas e pela Fifa para o Mundial fez com que não conseguíssemos, num primeiro momento, proceder a reserva nos hotéis nos quais estamos habituadas. Bom, por medida de segurança, procedemos a reserva num hotel simples existente no setor sul e deixamos para verificar alterações numa data próxima. Não teve erro, conseguimos acomodações no Kubitschek Plaza, no setor hoteleiro norte, bem pertinho do Estádio Nacional.



Cheguei na quinta-feira e já no aeroporto - minha primeira experiência após a ampliação, comecei a sentir o clima da Copa, depois de sair de uma Porto Alegre ainda desanimada. Movimento absolutamente anormal de turistas estrangeiros e, nas ruas, carros com bandeirolas e capas de capô nas cores de nossa bandeira e noites iluminadas de verde e amarelo a luz de uma Lua cheia estonteante. Entrei no clima em exatos 3 segundos, tempo suficiente para entrar na lojinha da Fifa e adquirir nossas camisetas da Torcida Brazuca! 


Foram cinco dias de muitas andanças e alegrias, dias quentes (para as gaúchas saídas da primeira onda de frio do inverno gaúcho) e de encontros maravilhosos.



O Bar Brasilia, nosso queridinho, nos recebeu para assistir a partida de abertura, entre Brasil e Croácia, com direito a Bolão Alcoólico - quem acertasse o placar ganharia um vale de 10 chopes. Chutem quem acertou? Eu, claro - logo quem não bebe! Bom, como se vê o vale chegou em minhas mãos somando apenas quatro unidades, pois as demais já haviam sido consumidas pela outra metade da dupla viajante, claro.



Ao cair das noites, ganhávamos as ruas para explorar a iluminação especial de monumentos e prédios públicos. Expedições fotográficas, sem hora para acabar. E Brasilia é uma cidade que se mostra, é exibida por natureza, sempre nos surpreende com um novo tom, um novo reflexo, um ângulo não imaginado. Para mim é uma cidade de infinitas possibilidades, a cada visita uma nova sensação, mais um encanto. Foram quatro noites e muitas horas rodando - mas não éramos apenas nós pelas noites, mas uma turma que se cruzava e se reencontrava, em meio aos cliques.  Moradores e turistas curtindo noites de calor ameno pelas ruas abertas, amplas da cidade.




Na Catedral o tempo correu, solto, livre, sem amarras, sem relógio. Com segurança reforçada, ganhamos horas a fotografar os efeitos de nossas cores naqueles vidros, efeitos multiplicados pelos ângulos tão próprios daquela construção. Uma experiência única.



Os diversos ângulos formados pela presença da Lua e das Bandeiras, fez do Congresso Nacional nosso modelo preferido, mais clicado ao longo da estadia. Não há palavras para explicar o encanto daquela obra de Niemeyer, iluminada pelas cores do Brasil e pela luz da Lua cheia.  Há muito de simbólico em se ver aquelas Casas politicas iluminadas pelas cores de um país que desejamos sempre melhor...





E o Jogo? Um clima maravilhoso, de muita festa, um dia colorido. Problemas? Alguns: filas que atrasaram nossa entrada no Estádio Nacional (embora tivéssemos chegado cedo), um pouco de desinformação, mas nada, absolutamente nada, que apagasse a beleza daquela tarde.





O Estádio é lindo (talvez uma estrutura um pouco além do que a tradição futebolística da cidade merecesse), mas o jogo foi sensacional. Minha torcida pelo Equador não ajudou o time a vencer, mas foi muito animada - os equatorianos estavam lá para se divertir. O resultado? Parece que pouco importava, o clima era de festa.





Saímos absolutamente animadas, desejando ainda mais ver um jogo em Porto Alegre. Mas ao contrário de outras sedes, nossa Portinho não possuía disponibilidade de ingressos no site Fifa. E começamos a monitorar, acompanhar o site de vendas, até que já dentro do avião, minutos antes de nossa partida rumo ao Sul, conseguimos comprar dois ingressos para Holanda e Austrália no Beira-Rio - muita alegria!!



Já em Porto Alegre, pelo próprio desenho da cidade, o dia do jogo foi ainda mais animado. Se nossa cidade demorou a entrar no clima, bastou a primeira leva de estrangeiros para que bandeiras começassem a pipocar pelas janelas - atrasados, mas não menos animados, agora! O Caminho do Gol, bem delimitado, fez com que nos dias de jogos a multidão de torcedores se deslocasse num único sentido, por uma das avenidas principais da cidade - muitas cores, sons e alegria. Ao longo da Av. Borges de Medeiros/Padre Cacique, no trecho entre o Mercado Público (local da concentração inicial, do esquenta) e o Estádio Beira-Rio, a multidão se deslocava cantando, fotografando e aproveitando atrações musicais e bancas vendendo alimentos e bebidas. No dia de Holanda e Austrália? Muito laranja e verde-amarelo, além de muita alegria. 







Se no Estádio Nacional o grito de "Sou Brasileiro..." podia ser ouvido em alto e bom som, no Estádio Beira-Rio a gauchada preferiu caprichar na Ola!! 





Os hábitos, como deve ser, são diversos de um local para outro. Se em Brasilia a torcida se concentrou na Fifa Fan Fest e, mais timidamente, nos bares espalhados pela cidade, em Porto Alegre (independente das milhares de pessoas que permaneciam na Fan Fest) uma multidão escolheu a principal via do bairro boêmio para confraternizar - a Cidade Baixa recebeu moradores e turistas com o carinho de sempre: ruas bloqueadas, muita música e paz. 



Gostaria muito de ter conseguido ingressos para Argentina e Nigéria, mas não foi possível. Também, com a chegada de 100 mil hermanos, era previsível a dificuldade. Mas não nos acanhamos, partimos em turma rumo a CB e lá permanecemos por 10 horas, de bar em bar e, após, confraternizando na rua com a galera. Tenho a dizer que a Seleção Brasileira perdeu de ser excepcionalmente bem recebida aqui, considerada a recepção que foi reservada aos torcedores da Celeste. Faltou hotel? Faltou, sim. Mas não faltou um cantinho para todos - o Movimento Tradicionalista tratou de esticar lonas, providenciar barracas, alugar geradores de energia e um de nossos principais parques se transformou num camping. A Fan-Fest ganhou um anexo, outra área com mais um telão, para permitir que todos vissem o jogo. Se O Beira-Rio comportava apenas pouco mais de 40 mil torcedores, Porto Alegre abrigou os mais de 100 mil argentinos com muito carinho. 

Desistimos de tentar novos ingressos para as partidas que ainda restam, decidimos aproveitar os jogos finais da Copa pelas ruas e bares da cidade, confraternizando entre amigos. E por aqui, o chopp é vendido assim, na rua... 



E tudo saiu como esperávamos? As obras ficaram prontas? Claro que não. Porto Alegre continua uma cidade esburacada, parecendo que foi atacada por uma gangue de pica-paus. Mas sabem aquele jeitinho brasileiro, tão usado para os desmandos? Pois é, com um pouco dele, mais uma super dose de boa vontade da população e um tantinho de organização de última hora, recebemos a todos com carinho, alguma estrutura e tudo acabou em Festa. 


6 comentários

  1. Queria tanto assistir aos jogos nos estádios (pena que a logística aqui em Joacity tá meio complicada). Pelo menos estou curtindo as fotos dos amigos nos estádios e perdendo a voz nos jogos do Brasil aqui em casa. Sou uma das poucas pessoas que conheço que estou loucamente feliz torcendo pelo Brasil. Amo Copa do Mundo!! Ah, como eu queria morar em BSB (sempre falo isso para meu esposo - só falta me inscrever em um concurso bom e passar!)

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    1. BSB é uma cidade linda, mesmo. Como estou num momento bastante tranquilo, resolvi curtir, peninha que não consegui outros ingressos, senão tava lá também! Mas tenho curtido bastante pela TV, junto com os amigos. É bom torcer, né? BjO!!

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  2. Delicinha!
    Bom ler notícias otimistas depois de tanto pessimismo por aí.
    A dupla paulista também está se preparando pra uma festa "baianofutebolística". Salvador nos aguarda na próxima semana! 🙌

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    1. Que seja tão ou melhor do que foi para nós, Carmem. Uma Festa inesquecível e única. Quero noticias!!! BjO!!

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  3. Eu acho que só poder estar presente neste momento e curtir este espírito vale tudo!

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    1. Foi o que pensei, desde o inicio. É uma oportunidade única, o Mundial em Casa! E valeu, querida!! BjO!!

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