"Pro dia nascer Feliz": Exposição "Cazuza mostra sua cara"!




E Sampa sempre ganha meu coração, é uma paixão que se renova, uma cidade que me chama. Dessa feita também me chamou, mas o encontro não seria com ela, mas com Cazuza - o poeta das madrugadas. 



Fui encontrá-lo, doar um pouco de tempo e receber encantamento. Lá estava ele a nos esperar, em várias nuances, em muitas cores e em rasgados sons, no Museu da Língua Portuguesa. 


Como imaginar que teríamos momentos a sós com ele, não é mesmo? Dividimos a tarde com centenas de apaixonados, dos 0 aos 90 anos. Mas sabe que foi bom? 


Foi maravilhoso perceber que as grandes paixões não morrem, não se apagam, estão lá, são cultivadas nos sons, no prazer da poesia, em marcas da Vida. Lá estavam pessoas que viveram Cazuza e que o fazem viver, se eternizar. Vi jovens, nascidos muito depois da passagem do poeta, cantando apaixonadamente suas músicas no videokê - a menina da foto, cantou e encantou, dona de uma voz afinada e precisa, anônima. 


Outros, como eu, que estavam pela vida nos anos 80 e que viveram as letras, que dividiram sentimentos e que renovam a paixão a cada etapa, dando novos sentidos aquelas letras tão apaixonadas, tão cortantes e, sempre, tão verdadeiras. 



O Poeta está Vivo e a Vida pulsava e pulava naquele espaço. Pulsava na emoção dos adultos, pulava no frenesi dos adolescentes e rolava. Rolava? Sim, rolava pelo chão, nas brincadeiras de crianças que por lá passavam. 


Mas para que corações tão distintos batessem no mesmo ritmo, com a mesma emoção, não bastaria que se espalhassem cartazes e que se colocasse um aparelhinho para reproduzir a seleção musical. O trabalho empreendido pela equipe responsável foi impecável, sensível, cuidadoso. Não aproveitaram a fama do poeta para atrair ao público, colocaram paixão. A exposição foi digna do Museu, sempre com seu acervo tão bem direcionado, bem cuidado e com belas exposições temporárias. 

Embora os espaços estivessem lotados, no geral imperava a cortesia, todos queriam sentir, ler cada palavra, fazíamos filas para aproveitarmos cada instalação, enquanto aproveitávamos para comentar, para relembrar, para viver. Mas ali estávamos, todos juntos e misturados, com ele. 


Passamos e repassamos alguns ambientes, sem empurra-empurra, só um tiquinho de paciência. Um pouco de história, muito de som. 


Se tivesse que escolher dois espaços, escolheria o corredor do som, da música, com espelhos e iluminação forte, vigorosa - espaço "Mergulho na mente do Poeta". Lá todos se demoravam, cantavam e fotografavam. Além dele, o espaço onde se podia ouvir a reprodução de importantes entrevistas, um pouco do pensamento do poeta, além das letras. 



O jogo de luzes e sombras, de luzes e sons. Para mim, além da história, neles residiram o sucesso da Exposição. Sim, sucesso, pois a fila estava gigantesca e não vi sequer uma pessoa desistir ou reclamar. O que é enfrentar uma fila para ver quem tanto nos encanta, não é  mesmo? 


Joguei algumas imagens acima, mas guardo a certeza de não ter como expressar o momento, é daqueles que só vivendo para entender - nem tudo se conta, há momentos que precisam ser vividos! 

"Eu vejo o futuro repetir o passado
Eu vejo um museu de grandes novidades
O tempo não para,
Não para..."!



11 comentários

  1. Realmente Cazuza te inspirou, hein? :) Delícia ler esse post com a leveza de um poema.
    Bjooo

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    1. Cris, é uma inspiração eterna! Mas estava um primor, pena que acabou, deveria ficar em cartaz por muitos e muitos meses. Abraços!

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    2. Deveria é ficar em cartaz para sempre!! rs Infelizmente perdi essa, mesmo morando em Campinas que fica perto, final e começo de ano são sempre corridos e não consegui me programar...

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    3. Ficou em torno de quatro meses em cartaz, mas acho que poderiam ter deixado, efetivamente, por pelo menos um ano. Acredito que tivesse público para tanto, pelas filas e filas que vi naquela tarde! Abraços, Fernanda! Bjo!

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  2. Adorei a matéria! Me lembrei de outros tempos, eu e amigos vendo o sol nascer, no Lago Paranoá em Brasília e cantando Cazuza!Emocionante! Vou a Sampa em meados de março, pena que acabou como você disse!

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  3. Adorei o post. Quantas lembranças me trazem as músicas de Cazuza!

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    1. Malu, foi maravilhoso. pena mesmo, ficou uns quatro meses - muito pouco!! Abraços.

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  4. Vi na televisão e sonhei em ir, mas não estou no Brasil. Acho que choraria muito, pois as letras dele estão sempre presentes em meus dias, eternamente. Viajei com você, obrigada. Bjoss

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    1. A exposição é tão pra cima, o povo estava tão eufórico, que não rolaria chorar, acredito. Não havia tom de saudade, mas de encontro no ar. Bjo!

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  5. Ja fui no museu da lingua portuguesa. È massa mesmo. Bj

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    1. Mel, por ser ao ladinho da Pinacoteca, acabou virando figurinha carimbada. Sou uma entusiasta do pequeno e moderno museu. Bjo!

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