O BRIQUE: para um gaúcho a expressão basta!

Por aqui falamos no Brique como se todos pudessem supor do que se trata. Embora fique em Porto Alegre, qualquer gaúcho quando ouve a expressão logo pensa em sábados e domingos prazerosos, caminhadinha, um lanche nas barraquinhas, um churros de sobremesa, umas compras.... Mas do que se trata, afinal? 

O Brique da Redenção é uma feira de arte, artesanato, produtos orgânicos e de muitas belezas que acontece todos os sábados e domingos na rua José Bonifácio, que margeia um dos vértices do Parque Farroupilha, na região central da Capital. Inicialmente aos domingos, por seu sucesso acabou ganhando os sábados e está sempre lotado, é o mais tradicional ponto de encontro de Porto Alegre há décadas. 



Aos domingos a Redenção ganhou uma feira livre - um mercado de pulgas, como há em Buenos Aires, Paris, Lisboa e no vão livre do MASP em São Paulo. No chão, sob a sombra de lindas árvores, eram espalhadas antiguidades, livros, cristais, discos, selos, etc. Aos poucos foram se organizando, os espaços foram numerados, os móveis antigos ganharam a rua e a feira cresceu e foi ganhando as quadras da charmosa travessa. Hoje a ocupa integralmente, entre a Av. Osvaldo Aranha no bairro Bom Fim e a Av. João Pessoa, no bairro Cidade Baixa. 





O que inicialmente era um Mercado de Pulgas, cheio de antiguidades, ganhou novos ares. Hoje as antiguidades dividem espaço com obras de pintores, escultores, artesões diversos, além do espaço reservado aos Índios Guarani/Kaingang/Charrua, com seus cestos e balaios. E as quinquilharias? É delicioso ficar garimpando entre elas, é uma volta ao passado, é divertido ir comentando, rindo de antigas mega utilidades e que hoje se encontram por lá, objetos vintage diriam alguns - e é quase impossível fotografar sem a sobra dos passantes). 





Sou apaixonada pelas esculturas de ferro do Keno (box 04)- aí o Flautista Maluco (ele tem molas, que dão movimento a cabeça e a flauta):


E como uma apaixonada, já tenho uma para chamar de minha, claro: 


E assim como nas esculturas de ferro, você é atendido pelo próprio artista, pode adquirir as peças que ali estão ou então encomendar uma personalizada. Isso não é muito legal? Fizemos isso com as imagens de Porto Alegre que temos nas paredes do escritório (só que em preto e branco):


Há muitos pintores e escultores: 



Mas como de tudo que é bom se quer mais, ganhamos mais Brique - a feira ganhou os sábados, para nosso deleite. Aos sábados o ritmo é diferenciado. Pela manhã na área próxima ao Parque de Diversões é montada uma Feira Ecológica, de produtos orgânicos e que é mega disputada - prepare-se para enfrentar uma multidão. Eu, particularmente, sou uma apaixonada pelo Caldo de Cana, com muito gelo e limão! Nas outras quadras os estandes montados vendem pequenos artesanatos - roupinhas para bebês em tricô/crochê, roupinhas para bonecas, enfeites e utilidades para cozinha, artigos belíssimos para presentes, etc. Do tecido ao ferro, há artigos para todos os gostos e bolsos. É possível encontrar roupas pintadas à mão, sapatos feitos artesanalmente em couro, bijuterias. Mas só andando por aqueles caminhos para ter idéia de tudo o que há por lá, sempre há novidades.  

E de qual dia gosto mais? Bom, isso varia de acordo com o tempo, felizmente. Assim, há épocas que só vou aos sábados - especialmente nas semanas que antecedem a Páscoa e o Natal, mas em outras a paixão é pelos domingos. Ando numa fase dominical, confesso! Mas não são umas belezas os objetos expostos aos domingos? 





E para apaixonados, há coleções de selos e moedas, livros, máquinas fotográficas antigas e muitos discos de vinil!


Mas e se a fome bater? Bom, opções para rápidas e deliciosas refeições não faltarão. Nos casarões existentes nos arredores temos restaurantes, confeitarias e cafés, alguns com mesas nas calçadas. Mas a opção preferida da maioria são os pequenos lanches oferecidos nas barracas de alimentação existentes no local - pastéis, empadas, comida baiana, sucos naturais, quentão. E quem ainda não conhece os Crepes no Palito gaúchos? Olha, são muito diferentes dos que vemos por aí, aviso: você pode escolher entre o simples, o duplo e até o triplo, um absurdo. Eu sou fã no Kibe do Brique, que hoje já possui inclusive uma loja nas proximidades, mas o da barraquinha terá sempre um sabor especial para mim. 


Saindo da travessa e adentrando ao parque se encontra muita pipoca, algodão doce e os churros mais deliciosos do Mundo, na minha modesta e gorda opinião!! Assim, passar fome em terras gaúchas se confirma ser algo impossível!! 



E quem frequenta o Brique? Todos, de todas as idades, de todas as crenças, de todos os gêneros e de todas as raças. Se há um lugar no Rio Grande do Sul onde todos se mesclam, esse lugar é o Brique. Por ali todos transitam na mais absoluta Paz, no mais absoluto respeito à diversidade. Por aqueles caminhos já vi muitas Paradas Livres (como chamamos a Parada Gay), além de belos e inesquecíveis atos políticos, como as manifestações de "Fora Collor" nos anos 90 e marchas da "Maré Vermelha". É um local de liberdades: assim, no plural! 

E para quem gosta de arquitetura, fora outros casarões que ainda resistem na área, temos ali o Colégio Militar de Porto Alegre - antiga Academia do Exército onde estudou Prestes, uma linda e preservada edificação que ocupa um quarteirão junto ao parque:


Mas o Brique é muito mais que os artigos oferecidos, é um conjunto, é um pouco do porto-alegrense. E o conjunto é formado pela interação com a área do Parque, especialmente junto ao Monumento ao Expedicionário - onde ocorrem muitas apresentações de grupos mambembes e junto ao Parque de Diversões, onde há feira de animais para doação, manifestações politicas, etc. E é ali, nos Jardins do Parque que os caminhantes do Brique aproveitam para relaxar, conversar, tomar chimarrão, jogar uma bolinha. 


Esse é o Brique da Redenção: a sombra das árvores centenárias da rua José Bonifácio, os expositores e seus artigos, o parque e seus ambulantes, as risadas nos gramados. O Parque e seu Brique são muito da alma da Capital e de sua gente, de um povo que troca a ultra aceleração da semana por momentos de puro relaxamento no parque aos finais-de-semana. 

No site do Brique da Redenção você poderá ver um pouco das obras de cada expositor, uma delicia: http://briquedaredencao.com.br/brique/


4 comentários

  1. Amo minha terra natal!Estive na Redenção em Abril de 2013.

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    1. Cristina, o Brique é tudo de bom, não? Também gosto de caminhar por aqueles caminhos.... Abraços!

      Paula

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  2. Que pena que nao estarei ai sabado e domingo. Senao iria na feira! beijos

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    1. O Brique é encantador, sou uma apaixonada e sempre faço a maior propaganda! Beijos!!
      Paula

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