Cavaletes de luz: obras flutuantes no Masp.



O Masp (Museu de Arte de São Paulo) atrai visitantes por seu espetacular acervo, história e arquitetura. Inovador, desde sempre, com o vão que se abre para a Paulista, que abraça e é abraçado pela cidade. Já escrevi sobre ele aqui (Masp: finalmente amigos!), já o visitei muitas vezes, mas estava cheia de desejo de redescobri-lo. 


Desejava visitar a galeria das obras flutuantes, daquelas que se mostram livres, quase que soltas no ar ao serem sustentadas apenas pelos Cavaletes de Cristal, de Lina Bo Bardi. Sim, eles retornaram, depois de vinte anos! 



Os Cavaletes, na verdade uma base de concreto e estrutura vertical de vidro temperado, foram uma marca, o diferencial do museu de 1968/1996, quando foram relegados ao depósito. 


"Acervo em Transformação", a exposição que liberou os espaços, deixou que as luzes da rua ganhassem os espaços, trazendo a Paulista para seu interior e permitindo que as obras se mostrem puras, tem previsão de permanência na galeria do segundo andar por, pelo menos, cinco anos. 


O acervo será exposto ali, dentro dessa perspectiva purista, de mínima interferência. 


As obras ganham luz, se mostram e compartilham com suavidade de um mesmo espaço. 


O museu se abre para a rua e as cores da rua invadem o ambiente, se esgueiram, se exibem e fazem par com as belas cores do acervo. 


Meus guerreiros prediletos estavam por lá, compondo o ambiente e o enchendo de detalhes. Não são lindos? 


A interação dos visitantes com as obras e de ambos com o ambiente é surpreendente. Há uma liberdade de movimentos (ou de permanência), que me fez desejar ganhar horas em meio aquelas obras, em sua maioria minhas velhas conhecidas. Sinto que o Bonnard (acho que o único do acervo, pois o vi reiteradamente exposto) não estava lá para me dar um oi, mas as "guriazinhas da Yeda" estavam brilhantes, em seus vestidinhos azul e rosa! (piada gaúcha)


O único senão é que, para possibilitar essa interferência mínima, as descrições das obras ficam no verso, o que dificulta um pouquinho a identificação das que não conhecemos. Bom, nada que uma voltinha no entorno não resolva, não é mesmo? 


Escolhi, seguramente, o melhor dia da semana para revisitar o museu e conhecer, finalmente, os famosos cavaletes. Domingo, dia da Feirinha de Antiguidades e da Paulista aberta, dia em que os sons da alegria invadem o ambiente e conversam com tantas musas expostas. Dia da Paula encontrar, como sempre, bugigangas loucas para morarem em Porto Alegre! 




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