Pirenópolis, um encontro!




Há anos desejava conhecer a pequena Pirenópolis, uma das simpáticas cidades coloniais de Goiás. Interesse surgido nas semelhanças existentes entre ela e minha cidade natal, Caçapava do Sul. 




Cidades coloniais, portuguesas na essência e com preciosidades geológicas que se mostram, intrigam e encantam. Antigas áreas de exploração mineral, com minas, vestígios do tempo e um certo ar de estar num plano diverso desse em que vivemos. Compartilham da tradição das Cavalhadas e Festa do Divino. 



Cavalhadas. Foram as Cavalhadas que fizeram com que ela me chamasse. Festa cristã trazida pelos padres para o Brasil, como forma de evangelizar índios e negros através da encenação da guerra entre Mouros e Cristãos, é algo que sempre me foi muito familiar. Filha de uma Floripa, cresci ouvindo histórias e vendo fotos dessas encenações artísticas. Primeira parada em Pirenópolis? Museu das Cavalhadas! 




Uma casa particular que guarda preciosidades - roupas, adornos, fotos e muita história. Atendida pela proprietária, filha da idealizadora do local, o papo rolou solto. Foram minutos deliciosos, de troca de experiências. A visita se dá mediante o pagamento de dois reais, uma singela contribuição para a manutenção do espaço. 





Fora o Museu das Cavalhadas, desejava apenas andar e andar. Fotografar o que a cidade desejasse me mostrar, encontrar poesia naquelas ruas de filetes de pedras, estreitos e escorregadios.



O Centro Histórico é encantador, pequeno em perímetro e imenso em belezas a serem exploradas. 





Ruas inteiras absolutamente preservadas, com um casario colonial espetacular e que se formou ao longo dos ciclos da mineração, da cana-de-açúcar e da exploração do algodão. Ciclos seguidos de um período de estagnação, com certo empobrecimento, mas que acabou por preservar a arquitetura secular. 



Caminhar, o melhor que se pode fazer em Piri, como é carinhosamente conhecida. 





Embora haja um forte conceito colonial na arquitetura local, há uma boa dose de mistura de neoclássico e, até, art déco. Eclética. 



Um tanto de neoclássico no Teatro...



... e art déco no Cine Teatro. 



A conservação de conjuntos residenciais do século XVIII e XIX é espetacular. 






E as Igrejas? Três, construídas no século XVIII e bem conservadas. 



A Igreja Matriz de Nossa Senhora do Rosário, após ser restaurada, acabou bastante afetada por um incêndio. Fizemos uma visita rápida, pois o espaço estava parcialmente interditado. 





Para visitarmos a Igreja de Nossa Senhora do Carmo pagamos dois reais e cinquenta centavos. Além dos altares, há um pequeno acervo de arte sacra. 




Peças belíssimas. 




Igreja de Nosso Senhor do Bonfim, eleita a queridinha da vez. Linda e altiva, mas pequenina. Nessa a colaboração pedida é de dois reais e há proibição quanto a fotografar. No caso, nada que um pedido simpático não faça milagres. 




Os afrescos são espetaculares. 



Entre uma fotografia e outra fomos rodando, encontrando caminhos e até uma Ponte Pênsil. 



Por instantes deixei que o tempo corresse, enquanto ouvia o som das águas límpidas que escorrem sobre pedras que brilham ao sol. Daquelas belezas que a vida doa a quem está disposto a se deixar levar... 

O prazer foi tanto que até fiz uma fotinho turística, por ali. 



Curte umas comprinhas? Há ruas de comércio, com muito artesanato local, galerias de arte, ourivesarias e algumas antiguidades. 





Para bebericar e jogar conversa fora há, na rua do Rosário, uma quadra só de bares e restaurantes, onde todos se reúnem. Nós optamos por apenas passear por ali. 



No almoço buscamos uma comidinha tipica e a encontramos no restaurante Piqui de Piri. Estabelecido na rua da Direita, nº 7 - a primeira rua da cidade, onde encontrei o conjunto arquitetônico mais apaixonante do lugar. 



Uma casa histórica, bem cuidada e com um atendimento carinhoso. Os preços não assustam, o local tem aquele frescor típico das casas com telhas de barro e pé direito avantajado. 




Uma decoração simples e suficiente, para que nos sentíssemos em casa. 



E a comida? Uau, uma gostosura!!! Meu prato foi Frango Caipira com Pequi, divino. 



Ná foi de Costelinha Suína com Manga Grelhada, uma combinação perfeita - claro que provei, né? 



Para acompanhar arroz de pequi e salada verde. 



Vi tanta melancia sendo vendida pelas estradas que ao chegar ao local já fui perguntando se tinham suco da fruta. E tinham, feito na hora e absolutamente refrescante para um dia quente. 



Passamos apenas o dia por lá, tempo mais do que insuficiente para conhecer as nuances do local, especialmente as lindas cachoeiras. Isso é coisa bem de gaúcho, acostumados que somos a subir a Serra para curtir o sábado e voltar para dormir em casa, fizemos um bate-e-volta de 130Km, desde Brasilia. Certamente retornaremos, para alguns dias que nos permitam explorar a região e ir na Venda do Bento - que esqueci, por completo. 




2 comentários

  1. Respostas
    1. Para quem gosta de um lugarzinho perdido no tempo, cheio de casas coloniais, é delicinha. Voltaremos, pois bem cabem uns três dias por lá, para curtir a zona rural e as cachoeiras. Um bate-e-volta tranquilo, partindo de Brasilia ou Goiânia. BjO!!

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