Uma Bienal incrustada no Histórico.


A cada dois anos Porto Alegre é invadida pelas obras da Bienal do Mercosul, que nesse 2013 apresenta sua 9ª edição. O evento internacional é o que temos de mais contemporâneo em artes visuais, de inovador, de instigante. 

Na Capital dos gaúchos, entretanto, ganha muitos sentidos. Diferente do que se observa em outras mostras de arte contemporânea, como na Bienal de São Paulo, aqui as obras ganham as ruas, as praças e, especialmente, os prédios históricos - algumas obras tem ficado como presente para a cidade ao longo dos anos e podem ser vistas pelas ruas, pelos cruzamentos. Não há um edifício sede, um local destinado a sediá-la em todas as suas edições. A intenção é que ganhe a cidade, que atraia o público para aquilo que é permanente na cidade. E dessa forma acaba por mesclar o contemporâneo, o ultra moderno, com aquilo que cultivamos como nossos bens mais tradicionais e queridos, nossos prédios do Centro Histórico. 


Ontem foi o dia de curtir os caminhos da Bienal na Praça da Alfândega - local tradicional onde anualmente se realiza a Feira do Livro. Aliás, já estão sendo montados os stands da Feira, que invadirá a Praça e por alguns dias cruzará com a Bienal, um evento chegando e outro partindo, em meses de forte atividade cultural por essas bandas. 



Quem me conhece deve estar se perguntando: o que essa guria foi fazer na Bienal? Não se pode viver só o que nos agrada sem darmos chances ao novo, não é mesmo? Eu tento, mas não é minha praia, definitivamente. Mas curti o clima, tentei permitir que aquelas obras me mostrassem sentidos, mas minha curtição foi outra, mesmo. 

O especial na linda tarde de domingo, de céu muito azul e Jacarandás floridos na Praça, foi rever prédios históricos que fazem parte da minha vida, da minha história. Ao cometer a loucura de me tornar Decoradora de Interiores, enfrentei anos de estudos de história da arte, com infinitas visitas de análise aos prédios históricos que nesse ano abrem suas portas ao contemporâneo. E foi emocionante revisitá-los e os perceber rejuvenescidos pela algazarra de um público eclético e diferenciado. 



Meus caminhos pela Praça incluíram o MARGS - Museu de Artes do Rio Grande do Sul, o Memorial do Rio Grande do Sul e o Santander Cultural. 


Pessoalmente, das obras da Bienal as que mais me atraíram estão no prédio da antiga sede dos Correios e Telégrafos - atual Memorial, no primeiro piso!  A fachada do lindo edifício talvez seja uma das mais fotografadas do Centro Histórico, é linda, cheia de detalhes, de estilo eclético mas com muitos detalhes do barroco. E tinha fila na sacada para fotografar os detalhes. 

Será que os relógios tem alguma relação com o bom hábito da pontualidade dos gaúchos?

Sempre tem uma mão feminina dando uma forcinha, não?



As obras expostas no MARGS não bateram comigo, mas revisitar aqueles corredores foi maravilhoso. É lindo, dos azulejos aos vidros, do chão às portas. É sempre especial percorrer aqueles caminhos. 

Uma das muitas obras expostas pelos salões do MARGS! 


Ai está a maior de todas as instalações da Bienal nos prédios da Praça da Alfândega. 



E o Santander Cultural chegou para ficar, a cidade o acolheu e ele está sempre repleto de pessoas, visitando exposições, curtindo sua beleza arquitetônica ou, simplesmente, degustando um cafezinho no Bar. Além das obras da Bienal - aí um exemplo na primeira imagem, há a exposição permanente da história da Moeda Nacional - é engraçado perceber como os anos passam rápido, já fiz uso de notas que estão ali como raridades - e muitas eram obras de arte, lindas!! 






Não visitou a Bienal? Pois bem, está acabando. Dia 10 de novembro ela parte, para retornar em 2015, com novas obras, outros artistas. Mas como a Feira do Livro invadirá a Praça a partir de 01 de novembro, por dez dias teremos a oportunidade de aproveitarmos uma vasta programação naqueles simpáticos quarteirões históricos, ali junto as margens do Rio Guaíba!  

Maiores informações sobre locais e horários, acesse http://9bienalmercosul.art.br



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