Vou contar um pouco de nossa estada em Punta Cana, na República Dominicana e, para isso, preciso primeiro dizer as razões de termos escolhido o local e o resort. 



Quando decidimos que passaríamos alguns dias no Caribe nas férias de verão, chegamos a conclusão que desejávamos sombra e água fresca, um tanto de silêncio, livros, uma vista deslumbrante e nenhuma badalação - tipo programinha da quinta idade, entendem? Fomos descartando as possibilidades de acordo com as atrações oferecidas, quanto mais atividades no entorno, maior a distância que manteríamos. O voo direito Sampa / Punta Cana da Gol foi decisivo na escolha, iríamos conhecer os dominicanos! 



Escolha feita, faltava pinçar o hotel e tínhamos um preferido, inclusive com boas referências do Projeto 101 Países. Já ouviram falar em bloqueios de agências e talz? Pois é, mesmo com cinco meses de antecedência não conseguimos vagas nos dias que tínhamos disponíveis - do dia 09 ao 20 de janeiro e queríamos encaixar o período integral. Nossa única exigência era a localização, em Playa Bávaro. Olha daqui, olha dali e nada. Daí pensei: hotel, transfer, city tour? Vou empacotar. Empacotamos e foi bom! 



Fomos na agência de turismo, a mesma que já havia utilizado alguns anos antes, e uma hora depois saímos de lá com as escolhas feitas e os pacotinhos dentro do envelope. Não é muito nosso estilo, mas foi rápido e indolor. E lá fomos, curtir dias de sossego no Gran Palladium Palace Resort & Spa






Gostar de arquitetura e de história da arte sempre fez com que fosse muito atenta aos traços que se mostram, que estão pelas ruas, nos sentidos daquilo por trás do óbvio. Isso se reflete em análises de casas antigas, nos detalhes de igrejas e, com ainda mais força, em tudo o que envolve grandes monumentos. 

Quem acompanha o Mochilinha já deve ter percebido que os sentidos e aspirações do blog foram se alterando e se moldando ao longo dos anos, ficando mais com a minha cara, perdendo um tanto do caráter informativo e se transformando, efetivamente, num diário sobre os lugares por onde andei, do que vi e de como vi tudo o que se mostrou pelos caminhos. Isso tem permitido que muito do que estudei de história da arte pinte aqui e acolá, além de eu jogar, em algumas postagens, detalhes de obras das quais gostei. Assim surgiram "Arco da Rua Augusta: um mirante todinho nosso, ora pois" e "Uma Cartilha Positivista, em Porto Alegre: um pouco de história" , sucessos absolutos no Mochilinha. 

Paris não se furtou e me brindou com um apaixonante monumento, a primeira atração turística na qual coloquei os olhos quando cheguei: Arco do Triunfo. 





Não sou boa com roteiros internos, gosto do amplo, de planejar as cidades, os caminhos, mas quando chega o momento de listar lugares para visitar e horários para fazê-lo, acabo deixando ao acaso. Normalmente decidimos para que lado vamos, o que veremos, no dia e sem uma hora prevista. Muitas vezes saímos para ir em determinado lugar, dobramos uma esquina e não voltamos, eventualmente aquela atração que estava anotadinha acaba ficando para uma próxima oportunidade (quem sabe, né?). Significa dizer, claro, que deixamos de ver muitas das atrações ditas imperdíveis, que são trocadas por uma caminhada sem rumo. No geral, tem dado certo. Isso não significa que não tenha minhas preferências em cada lugar.



O que eu desejava ver em Florença? Enquanto preparava meu roteirinho toscano, não me furtei de verificar cuidadosamente o que visitaria na cidade, uma vez que as opções são vastíssimas e o tempo insuficiente – tem lugares que uma vida inteira parece ser insuficiente para desbravar. Então, selecionei várias opções, inclusive os excepcionais afrescos do Palazzo Medici Riccardi.








Possuo criação católica, mas hoje me considero religiosamente livre, sem amarras. Circulo, sou eclética, mas guardo um cacoete católico, herdado: gosto de papear com os Santos. Então, além de curtir visitar Igrejas, fazer meus três pedidos quando é minha primeira vez num templo, sou uma apaixonada pelos traços arquitetônicos e artísticos guardados por séculos e, normalmente, bem conservados que possuem. 

Considero as Igrejas museus com as portas abertas, onde as obras estão por todos lados, na arquitetura dos prédios, nos afrescos, esculturas, entalhes e, muitas vezes, até no piso. 

Nessa história de dar uma paradinha aqui e acolá para pedidos, tenho tido belas e agradáveis surpresas. No sábado inclui mais uma em minha lista: Igreja Nossa Senhora da Conceição, em Viamão/RS. 



A pequena cidade é quase um braço de Porto Alegre, a gente roda por uma avenida e nem percebe quando ultrapassou o limite entre elas. Ao acessar o centro, lá está a grande construção branca, na praça. Embora possua traços imponentes do Barroco Colonial, para muitos acredito que possa parecer apenas uma construção antiga, caiada. 



Trabalhar e turistar, algo que norteou muito minha atividade profissional ao longo de muitos anos, mas que nos últimos dois ou três anos quase não acontece. Pois bem, nessa semana fomos rapidamente numa cidade que dista 60Km de Porto Alegre, num bate-e-volta. O mais surpreendente foi o fato de jamais termos estado ali, quando rodamos o mundo para nos encantarmos com lugares tão simples como aquele - me fez lembrar Belmonte. Lá estávamos, percorrendo as poucas e simpáticas ruas de Barra do Ribeiro


A pequena cidade Açoriana foi fundada em 1.800, na junção do Rio Ribeiro com o Rio Guaíba (Lago ou Estuário, como preferirem), na Barra. Vilarejo formado junto a uma Charqueada, virou porto e hoje é uma cidade bucólica, com suas praias de água doce e suas casas quase centenárias - a da foto é de 1934. 


Poucas pessoas andavam pelas ruas na tarde quente e abafada, alguns poucos se banhavam nas águas doces junto as areias grossas do rio, estavam todos escondidos em suas casas e locais de trabalho. E nós? Fizemos uma pausa antes de retornarmos, tomamos um sorvete e saímos para uma caminhadinha no entorno da área central. 
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