Tão especial quando a gente se desnuda da roupa de turista, esquece roteiros, atrações imperdíveis e sai para caminhar, sem pressa. Num domingo, no Rio de Janeiro, saí para caminhar, para ver o mar. 


Ler sobre a Urca é ser movido para o antigo Cassino da Urca, para o Pão-de-Açúcar e para os bares. E se não houver vontade de visitar, garimpar atrações? Então, será um dia perfeito para andar sem pressa, caminhar de braços dados, uma paradinha para uma refeição saborosa, para um bom papo acompanhando as ondinhas suaves do mar que fazem música ao se encontrarem com a mureta. Isso tudo acompanhado de uma câmera fotográfica? Uma delicia. 


Estávamos em Copacabana, num inicio de tarde chuvoso, cheias de planos, quando decidimos trocar tudo por um passeio suave. Pegamos um taxi, saltamos junto a mureta da Urca e nos permitimos não fazer nada, deixar o tempo passar enquanto acompanhávamos o movimento das ondas do mar. 




Visitar cidades fortificadas é uma atividade deliciosa, especialmente quando se é apaixonada por história. É como tirar dos livros e jogar nas ruas, no calçamento e nas paredes, pois a passagem do tempo está por ali, espalhada, em detalhes e minúcias. Curto garimpar a história, olhando para o alto das paredes, andando... 





Em Assis esses detalhes estão pelas ruas, nas pedras das muralhas e das casas, nos telhados de terracota e nas pinturas, algumas gastas pelo tempo e ainda mais lindas. Além da Basílica de São Francisco, temos a Piazza del Comune e o complexo Museu e Foro Romano, cheio de peças interessantes. Tínhamos poucas horas na cidade, então decidimos fazer uma super caminhada, subindo e descendo ladeiras, entrando e saindo de locais culturais e mundanos. Do Museu até a Pizzaria, com o mesmo entusiasmo. 




A mudança tardia em nosso roteiro pela Itália, quando substitui a estada em Capalbio por Assis, quase nos deixou sem hospedagem. Não havia percebido mas, na última hora, tentava reservar hotel para um domingo de Páscoa, numa cidade de peregrinação católica. 

Olha daqui, espia dalí e eis que surge Giotto Hotel & Spa, simpático e bem localizado. Seria ele nossa casa em Assis. 


Está situado no que chamam de bairro medieval, dentro dos limites da cidade murada, a apenas 200 metros da Basílica de São Francisco. 



Montalcino entrou em nosso roteiro como um dos lugares onde nos hospedaríamos, para conhecer o entorno. Como nas demais cidades toscanas onde montamos acampamento, desejei que o hotel estivesse dentro das muralhas, o que nos possibilitaria curtir a noite sem preocupações. 



O Residenza Palazzo Saloni surgiu numa consulta ao Booking e, por estar bem localizado e contar com estacionamento, acabou ganhando a preferência. 

Estabelecido num edifício do século XVIII, proporciona uma linda vista dos campos de Brunello, além de contar com apartamentos espaçosos. 



Nosso apartamento contava com quarto, um banheiro simples, cozinha compacta e uma sala. Sem carpete e bem arejado, simples (bem simples), mas delicioso. 






Faz tempo que passei a gostar de um cara simpaticão, simples e amante dos animais. Minha lembrança mais remota do Chiquinho, sim fui ficando intima, é da oração repetida a exaustão lá nos tempos da catequese. Posteriormente, já no grupo de jovens, a tocava ao violão com carinho, pois é linda. São Francisco de Assis, entretanto, nunca foi um Santo de devoção em meu grupo social. O tempo passou, o catolicismo foi ficando no passado e meu carinho por Chiquinho foi crescendo, aos poucos me vi comprando imagens e, hoje, acho ele "o cara". 


Nas vezes em que estive na Itália, nunca me ocorreu visitar seu Santuário, ao contrário do que aconteceu com Fátima em Portugal, que coloquei no roteiro na primeira oportunidade. Para nossa última estada em terras italianas, fecharíamos o roteiro em Roma, provenientes de Capalbio. Poucos dias antes da partida, naquela análise final do roteiro, olho para o mapa e começo a considerar que Capalbio era "fora de mão", impliquei e do nada olho para o lado e vejo Assis. Foi como um imã, me chamou - perguntei para uma amiga: Capalbio ou Assis? A resposta veio clara: Assisi, toda vida! 

Reserva hoteleira desfeita, uma guinadinha no trajeto em direção a Úmbria e encontraríamos Francisco no domingo, na Páscoa. O engraçado é que a idéia me pareceu tão boa, tão completa, que sequer busquei informações sobre a cidade, o que ver, o que não deixar de ver de forma alguma. Apenas entrou no roteiro, tomou seu lugar com propriedade. E, numa bela manhã de sol, já com os presentes do Coelhinho em mãos, partimos por lindas estradas até avistarmos uma colina.



Quando organizei nosso roteiro pela Toscana considerei algumas cidades que desejava visitar e inclui outras por razões estratégicas. Montalcino foi das que entrou na lista, num primeiro momento, por conta de sua localização, onde poderíamos montar acampamento por dois, três dias, visitando cidades vizinhas. 

Pincei no mapa e fui pesquisar, saber o que havia para ver e curtir além dos vinhos, claro. Uma fortaleza, parte histórica bem preservada, boa mesa, além de acesso privilegiado. Perfeita. 



Partimos de Siena imaginando chegar para o almoço, mas nos perdemos do relógio ao encontrar Buonconvento. Não há arrependimento, pois fomos nos permitindo curtir o que aparecia, readequando horários e, ao final, tudo saiu perfeito. Então, já era meio da tarde quando estacionamos junto a uma belíssima fortaleza. Deixamos o carro e seguimos a pé, por ruas encantadoras, como se tivéssemos sido sugadas por um túnel do tempo, até chegarmos em nosso hotel - não sabíamos por quais partes da cidade poderíamos trafegar e, por essa razão, fizemos essa primeira expedição caminhando, fotografando e papeando, sem pressa. 





A pequena Lucca sempre esteve em meus sonhos toscanos, nem lembro desde quando. Quando fui traçar o roteiro das férias, foi das primeiras a ser marcada no mapa, numa fuga desde Firenze. 

Pegamos o trem na Estação Santa Maria Novella, fizemos um pit-stop em Pisa e, no inicio de uma tarde ensolarada de primavera partimos em direção a Lucca - muitas paisagens belíssimas pelas janelas.


A pequena já nos foi simpática, de cara, ainda na estação. 



Olhamos o entorno, uma espiadela no mapa e nas placas, partimos para uma caminhadinha curta, até avistarmos suas lindas muralhas e seus gramados de tons fortes, vivos. Linda, afinal. 



Há coisas quase que inexplicáveis. A vida é repleta delas, em verdade, mas algumas beiram a loucura.


Uma amiga pede indicações de hotéis em Brasilia, planejando uns dias por lá, um tanto perdida no quesito localização, custo-beneficio e tantas outras dúvidas de quem apenas vê pela tv avenidas largas e ninguém caminhando pelas ruas. Fui tecendo observações acerca dos setores hoteleiros Sul e Norte, de minhas experiências e, ao final, digo para dar uma espiadinha no Mochilinha, para ver comentários e fotos sobre os nossos queridinhos. Em minutos ela retorna: não achei nada no blog. Como assim?

Gente, devo ter escrito e editado fotos em sonho, pois não há nada, nada em lugar algum. Amo BSB e tenho tido experiências felizes por lá, que recomendo. Então, escolhi o queridinho, para me redimir.


Manhattan Plaza Hotel, o que mais vezes nos recebeu ao longo dos anos. 



No outro final-de-semana aproveitei um encontro com amigas para abraçar, com carinho, uma aniversariante. E a jovem senhora me recebeu iluminada e o sábado foi dedicado a conhecê-la um pouco mais, saber de suas histórias e provar de suas delicias. Foi bom reencontrá-la, São Paulo. 


E no aniversário da cidade, qual o maior presente que me dei? Sim, ela faz aniversário e o presente é meu!! A visita guiada pelo Teatro Municipal de São Paulo. 


Teatros, especialmente os históricos, são minhas paixões. O Municipal de São Paulo povoou meu imaginário desde sempre e, embora tenha visitado a cidade inúmeras vezes, o encontro era sempre adiado. Mais que assistir espetáculos, queria observar seus detalhes arquitetônicos, esmiuçar um pouco de suas histórias e isso a visita guiada proporcionou. 


Fiquei no grupo do Guia Jaime, um rapaz tranquilo, cheio de histórias para contar e que soube organizar bem o andamento dos trabalhos. Como é permitido fotografar  ao longo da visita, o combinado foi de primeiro conversarmos em grupo e após, em cada etapa, termos alguns minutos para as fotos. O tempo previsto para o percurso é de 1h, mas permanecemos por 1h35min, sem qualquer inconveniente. A visitação se dá aos espaços públicos, ficando reservadas as salas onde se desenvolvem as atividades e ensaios, a área administrativa, coxia e camarins. A visita é gratuita, devendo o interessado fazer a inscrição junto a bilheteria no dia - cheguei com 40min de antecedência. 

Pronto, informações práticas encerradas. Vamos viajar?


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